Todo planejamento de morar fora ou de permanecer morando pode ser comprometido se não estivermos cientes das nossas emoções e sentimentos. Você tem sentido instabilidade emocional?
Se você está pensando em colocar o pé na estrada ou já está morando fora, certamente já se deu conta que suas emoções podem comprometer seus planos e objetivos. A instabilidade emocional é comum na vida de todo imigrante ou expatriado, afinal de contas, são tantas coisas fora do nosso controle, que parece que nada do que imaginamos está saindo conforme planejado.
Compreender essas variações em nossa mente é fundamental para continuarmos a nossa jornada rumo ao que ansiamos e aspiramos. Essa será uma reflexão sobre o que você está deixando de fazer por você e o que podes passar a fazer, vamos comigo até o fim deste texto.
Instabilidade emocional pode comprometer seu plano migratório
Primeiramente precisamos compreender o que de fato vem a ser a instabilidade emocional, imagine aqueles dias chuvosos, frios e cinzentos, que não temos vontade de levantar da cama, interagir com pessoas e tampouco fazer algo de bom por nós mesmos, mas quando sol aparece no outro dia, parece que nos transformamos, nos sentimos dispostos, desejamos realizar o que sonhamos e nos percebemos motivados para fazer tudo de um jeito novo, toda essa circunstância pertence ao guarda-chuva da instabilidade emocional.
Imagine outra situação, você acordou energizado, se organizou para trabalhar com o máximo de energia e iniciou o seu caminho de forma animada e feliz, mas ao atrasar-se para pegar o trem, avião ou o transporte público, já sentes que esse é um mal presságio, imaginando que seu dia será terrivelmente desastroso e sem nos darmos conta, chegamos mal humorado ao trabalho, escolhendo não ser cortes com os colegas e automaticamente não correspondendo às expectativas da nossa função profissional.
Após uma manhã difícil, conseguimos almoçar e comemos algo que gostamos muito, na companhia de pessoas as quais nos sentimos bem e ao retornar para o nosso trabalho, nos percebemos relaxados, tranquilos e em paz, por mais interessante que possa ser esse movimento, talvez você o viva constantemente e não tenha se dado conta.
Liberte-se de atender as expectativas dos outros.
Variações de humor ao longo do dia
Quantas vezes o nosso humor varia ao longo do dia e nem percebemos, temos dificuldade em identificarmos quando estamos felizes, insatisfeitos e irritados, circunstância essa que nos coloca em uma posição muito sensível a longo prazo, principalmente se estamos na condição de imigrantes ou expatriados.
Morar fora requer de nós um autoconhecimento profundo sobre quem somos, como nos percebemos e o que estamos fazendo pelo nosso próprio bem-estar. A variação emocional acontece por diversas razões; cultura, política, economia, clima, má interpretação dos fatos, falta de maturidade, baixa tolerância à frustração, dentre outras situações.
Talvez você esteja se perguntando neste momento, “Mas será que existe alguém estável emocionalmente e que não tenha variações emocionais?”, e a resposta é não. Todos nós estamos sujeitos a essa realidade, uns mais, outros menos, mas todos estamos juntos neste barco. O segredo consiste em trabalhar a própria mente para viver a vida que se tem do jeito mais saudável possível, sem grandes comprometimentos mentais.
O plano migratório é aquele que elaboramos quando decidimos morar fora ou quando já colocamos o pé na estrada. Ele consiste na nossa estratégia de permanência no exterior, ou seja, o que faremos para nos mantermos legal no país, ter as contas em dia, manter a saúde mental estável e viver uma vida em plenitude ao longo dos dias.
Muitas vezes pela nossa ansiedade, impulsividade e falta de maturidade, não pensamos nele com carinho e inteligência, negligência essa que pode comprometer os nossos sonhos no futuro, afinal de contas, decidir morar no exterior sem uma organização e planejamento mínimo é contar muito com a sorte.
Aprenda a valorizar o seu tempo sozinho.
Instabilidade emocional para imigrar
Quando passamos a refletir sobre a instabilidade e o plano migratório, como será que eles se relacionam entre si e muitas vezes podem ser sabotados pelo enfraquecimento de um dos dois. Imagine que você decidiu morar fora ou já está morando e seu plano migratório não é consistente e robusto, em alguns meses você se verá ansioso, estressado, inseguro e temeroso, porque suas expectativas foram frustradas e nada do que você imaginou deu certo.
Agora vamos pensar em outro cenário, você está completamente organizado, com várias planilhas, diversos planos de ação, uma rede de apoio sólida, uma excelente saúde física, a conta bancária transbordando e o relacionamento afetivo de vento e poupa, mas você nunca fortaleceu o seu autoconhecimento.
Você não consegue perceber os sinais de ansiedade, não reconhece os sintomas de estresse e tampouco tem a real noção que está vivenciando o luto migratório. Com isso sua energia vai sendo minada, o cansaço começa a ganhar espaço e daqui a pouco você está se perguntando “O que é que eu to fazendo aqui…?”.
Percebe como a saúde mental e o plano migratório se relacionam e se retroalimentam? Todo aquele que deseja morar fora precisa ter essa consciência, para não colocarmos os pés pelas mãos e não nos anteciparmos sem necessidade. Nunca se falou tanto em emigrar, em mudar de vida e largar tudo e colocar o pé na estrada.
Não esqueça de colocar o Autoconhecimento em sua bagagem.
Respeite sua história, não tenha pressa
Lembre-se que você não é todo mundo e que o processo migratório exige tempo, recursos e disponibilidade para ser construído. Não tenha pressa, desenvolva sua paciência e aprenda a respeitar o seu passado, para poder viver o seu presente e futuro.
Estamos tão desconectados da nossa essência que parece não sabermos mais de nada, nos sentimos confusos, impacientes, intolerantes, abusados, estressados e cansados. Um mix da desordem emocional associado a um baixo autoconhecimento.
Não pense que largar todos os seus problemas será uma alternativa inteligente para vivenciar uma vida plena. Uma vida em plenitude se viver com intencionalidade, clareza e uma boa dose de essencialismo. Chega de fazer as coisas de qualquer jeito, basta de ser raso nas tomadas de decisões e incongruentes com aquilo que alimenta nossa alma. Já se foi o tempo em que não devemos dar atenção às nossas necessidades.
Reflita se o processo migratório é para esse momento, talvez não seja. Se as coisas estão desafiadoras dentro da sua zona de conforto, o que te leva a crer que elas serão mais fáceis quando você estiver se sentindo sozinho em circunstâncias completamente desconfortáveis e desafiadoras? Seja prudente!
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