Sentir-se perdido e confuso é uma realidade comum em imigrantes. Quando não souber o que fazer reconecte-se a você.
Ao colocarmos o pé na estrada a nossa vida muda completamente, somos expostos a situações às quais não podemos controlar, vivenciamos realidades por vezes pouco familiares e nossas emoções podem reagir de modo diferente do que estamos acostumados diariamente. Todas essas circunstâncias podem nos colocar em um lugar de insegurança, instabilidade e acima de tudo, de completa desconexão com quem estamos nos tornando.
Quando não souber o que fazer reconecte-se a você
Quando estamos vivendo na nossa cultura de origem temos a chance de nos sentirmos seguros, conectados, familiarizados, acolhidos e na grande maioria das vezes, compreendidos. Isso se deve a nossa sensação de pertencimento ao ciclo que estamos inseridos, seja ele profissional ou pessoal.
Toda essa realidade pode ser um ambiente perfeito para o desenvolvimento da nossa segurança interna, autoconfiança, visão de mundo, consciência sobre quem somos e sobre o fortalecimento da nossa forma de ser no mundo.
Essa realidade muda quando decidimos morar fora, nossas relações pessoais são enfraquecidas, as profissionais por vezes são encerradas e a nossa auto-referência vai sendo desfeita, afinal de contas, os nossos marcos foram alterados e tudo aquilo que nos dava significado deixou de ser presente, pelo menos presencialmente.
A decisão de morar fora vem acompanhada de grandes responsabilidades. Como por exemplo: nos tornarmos autogerenciáveis, atentos às nossas variações emocionais, conscientes das consequências das nossas escolhas e auto responsáveis pelas nossas ações.
Talvez nesse momento você esteja pensando, “ué, mas tudo isso que você falou necessariamente não precisa surgir quando moramos fora, isso pode existir ainda no Brasil…”, sim, isso mesmo, mas quando vivemos no exterior todas essas circunstâncias possuem um outro peso e uma outra medida, de um jeito completamente diferente.
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Sinais de que estamos desconectados de quem somos
Talvez falar sobre esse assunto pode ser um pouco abstrato, conexão e desconexão de quem somos. Então para facilitar esse raciocínio eu resolvi trazer algumas reflexões para fortalecer o seu autoconhecimento e com isso, você enquanto um imigrante internacional ou um aspirante a morar fora, poderá saber se está mais ou menos conectado a quem és, no aqui e no agora.
- Você consegue perceber os sinais de exaustão mental?
- Quando suas emoções começam a oscilar, você consegue identificar?
- Quando se sente triste e chateado, sabe o que fazer para reverter?
- Quando a insatisfação se instala, sabes de qual área ela tem surgido?
- Quando não consegue enxergar as coisas com clareza, usa seus próprios recursos para modificar essa realidade?
- Quando a insegurança surge, depois de quanto tempo ela vai embora?
- Diante de situações que geram medo, você retrocede, paralisa ou avança?
- A vida que você vive é real ou uma idealização da sua mente?
Essas perguntas podem lhe auxiliar a ampliar a sua percepção sobre você mesmo, para além de lhe conduzir a uma autopercepção do quanto que estamos desconectados de quem nos tornamos e nem percebemos…
Uma outra forma de nos sentirmos desconectados da nossa própria realidade é quando não conseguimos enxergar as coisas com clareza, por vezes parece que nada nos faz sentido, que não importa o que façamos ou para aonde vamos, nada nos convence.
Nos desconectamos de nós por algumas razões: Baixo nível de autoconhecimento, pouco investimento em desenvolvimento pessoal, pouca clareza sobre nossos motivos para morar fora, alta necessidade em agradar aos outros. Disposição em priorizar a vontade das pessoas, pouca tolerância com as próprias fragilidades, inflexibilidade com as limitações existenciais e nenhum acolhimento com o seu momento presente.
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Reconecte-se a você ao morar fora
Para nos reconectarmos a quem nos tornamos no exterior precisamos fazer um exercício de compreender quem somos no aqui e no agora. É possível, reconecte-se a você:
- O que te faz feliz?
- O que te gera satisfação?
- Por qual motivo você faz o que faz?
- Sua rede social lhe conduz para mais próximo de onde você deseja chegar?
- Seu plano migratório está alinhado com seu propósito de vida?
- Suas escolhas te trazem paz?
- Você tem consciência das suas forças e fraquezas?
- Consegue reconhecer seus pontos a melhorar e sabe o que fazer para evoluí-los?
Para reconectar-se a você mesmo ao morar fora é necessário uma visão mais ampla sobre quem você é e melhor, que versão você deseja viver no momento presente. Experiências que fortalecem o seu crescimento pessoal são poderosas para ampliar a forma como se vê.
O processo terapêutico para imigrantes internacionais surge como um ambiente seguro de acolhimento e poderoso, tanto para o fortalecimento das emoções, quanto para um melhor gerenciamento dos próprios pensamentos.
Outro ponto essencial é o exercício de acolher a própria história, quando compreendemos que não somos uma folha em branco e que nossa bagagem nos trouxe até aqui, isso nos faz olhar para nós com mais acolhimento e compaixão, pilares esse que trazem sustentação para aplacar as inseguranças e medos existenciais.
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Permita-se descobrir coisas novas
Permitir-se a fazer coisas diferentes é um caminho interessante. Desse modo, podemos descobrir novos prazeres, novas pessoas, vivenciar novos estímulos, experimentar coisas novas e percebermos que a vida pode ser muito mais interessante.
Reconheço que morar fora pode ser um tanto solitário, por mais que estejamos acompanhados, mas o segredo consiste em mantermos um ritmo o qual possamos dar conta ou seja, criarmos uma rotina a qual seja saudável e inspiradora. Fomos feitos para estarmos em movimento, realidade essa que nos convida a desbravarmos.
Exercite-se, isso mesmo. Muitos imigrantes desconsideram o poder do exercício físico, mas aqueles que o fazem diariamente podem comprovar os efeitos na saúde física, cognitiva e mental. Aqueles que vivem no exterior sabem o quanto a saúde pode ter um custo elevado, seja ela boa ou ruim. Realidade essa que nos lembra que se fizermos a nossa parte, com aquilo que temos e diante daquilo que conseguimos, certamente a nossa realidade será bastante diferente.
Portanto, manter-se conectado a sua melhor versão no mundo não é fácil, mas estou aqui para dizer que é possível. Então comprometa-se com a sua jornada e anime-se para viver tudo o que há reservado para você! Reconecte-se a você!
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