Tudo aquilo que passamos ao morar fora pode ser uma oportunidade de crescimento. Suas decepções no exterior lhe trazem quantos ensinamentos?
À medida que vamos avançando na vida temos a chance de nos modificarmos, de atualizarmos os nossos conceitos, rever nossos valores, mudar nossa forma de enxergar o mundo e de aprendermos com tudo aquilo que acontece conosco, seja bom ou ruim. A depender da nossa experiência no exterior podemos vivenciar muitas decepções e para cada uma delas há um ensinamento que precisamos acessar. Se você tem vivido muitas desilusões longe de casa, vamos comigo até o fim deste texto, ele vai te ajudar.
Suas decepções no exterior lhe trazem quantos ensinamentos?
As decepções são consideradas como um sentimento de insatisfação que emerge sempre quando nossas expectativas sobre algo ou alguém não se concretizam e se tem uma coisa que acomete os brasileiros que vivem no exterior é a não realização daquilo que idealizamos ou sonhamos.
Não há nada tão personalizado do que a jornada de cada brasileiro ao morar fora. Quando colocamos o pé na estrada temos a chance de fazer tudo ao nosso modo e no nosso tempo. Essa realidade nos lembra o quanto devemos respeitar o nosso percurso até aqui e a nossa história no momento presente.
Não há nada mais frustrante do que morar fora e não vivenciarmos aquilo que desejamos e sonhamos no passado. Essa é uma realidade muito comum na vida dos migrantes brasileiros e quanto mais cientes disso estivermos, mais bem preparados estaremos.
Algumas pessoas são muito sensíveis às decepções, sejam elas amorosas, profissionais, pessoais, financeiras, espirituais ou migratórias, o segredo consiste em acolhermos que em algum momento iremos nos decepcionar e que existem oportunidades que podem ser acessadas se estivermos atentos.
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Tipos de decepções no exterior
Alguns tipos de decepções são bem características no exterior e talvez você possa se identificar com algumas delas:
- Cultural: os costumes e valores da cultura anfitriã não possuem conexão com quem sou;
- Gastronômicos: a depender de onde viemos podemos não nos identificarmos com nada que temos disponível ao nosso redor;
- Idioma: na ânsia de alcançar uma boa performance linguísticas nos decepcionamos com a nossa inabilidade em aprender;
- Profissional: aqueles que saem do Brasil buscando melhores oportunidades de trabalho, reconhecimento e validações, a depender do novo país que escolham viver, talvez nenhum destes requisitos sejam atendidos;
- Financeiro: passamos tanto tempo fazendo uma reserva financeira que quando os primeiros meses se passam no exterior, percebemos que não temos tantos recursos assim e que adquirir novos pode ser um verdadeiro desafio;
- Sociais: é a morarmos fora que nos damos conta do quanto as pessoas são diferentes de nós e que na grande maioria das vezes elas não vão sentir a nossa falta;
- Familiar: muitos dos nossos familiares não irão nos apoiar, outros não sentirão nossa falta e outros nos culpabilizarão por deixarmos os nossos para trás.
Certamente você se identificou com algum dos pontos acima, pois são realidades muito comuns na vida dos migrantes brasileiros que decidiram morar fora, mas calma, nem tudo está perdido. As decepções existem e cada uma delas nos traz oportunidades de crescimento e evolução, vamos compreender como.
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Decepções no exterior como oportunidade de ensinamento
Eu vivo em Portugal há cinco anos, vim para fazer Mestrado e agora estou no Doutorado, essa jornada toda já me ensinou muito e existem alguns pontos que gostaria de compartilhar com vocês, olhar para eles de um jeito alternativo fez toda diferença ao longo dos dias:
- Será que você está vivendo de acordo com suas condições reais? Por vezes idealizamos um padrão que só existe em nossas mentes. Flexibilize.
- Você consegue distinguir suas fantasias da realidade? Quem nunca criou cenários que pertencem somente ao nosso imaginário. Tenha os pés no chão.
- Como vai o seu relacionamento com o dinheiro? Viver no exterior exige uma grande organização e planejamento. Não vacile.
- Você tem fortalecido a sua saúde mental? Se você não se conhecer, você se perderá no meio do caminho. Não se negligencie.
- De que forma você se abandona? Nos abandonamos quando não respeitamos as nossas necessidades. Aprenda a se ouvir.
- Quando foi que você deixou de confiar em você? Nos afastamos tanto do nosso centro de força, que deixamos de confiar na nossa própria capacidade. Acolha-se.
- Quem está à sua volta, realmente contigo? Nada é tão comum quanto estarmos acompanhados e nos darmos conta que sempre estivemos sozinhos.
- Nem tudo que parece é, já se deu conta? Quantas vezes nos iludimos que histórias que nos contamos. Pare de se enganar.
*Ouça o Podcast Partiu Morar Fora, com Amanda Corrêa e Cláudio Abdo:
Não precisa ser tudo do seu jeito
A vida vai passando e se não estivermos atentos podemos perder a capacidade de nos auto avaliarmos. Muitos de nós possuem uma grande dificuldade em pedir ajuda e com isso seguem sozinhos diante da estrada da vida, quebrando a cabeça, se machucando, atrasando a própria jornada e acima de tudo, se perdendo sem se dar conta.
Se pararmos por um minuto e compreendermos que não precisamos fazer tudo do nosso jeito, encontraremos a leveza que tanto buscamos.
Eu posso compreender que você se sente cansado a muito tempo, que já não sente prazer em fazer as coisas, que nada lhe brilha aos olhos e que tudo que representa novidade deixou de lhe fazer feliz e animado.
Essa é uma realidade que pode ser mudado a partir do momento que você se der conta que seus problemas não vão se resolver sozinhos. É aqui onde compreendemos que nossas decepções podem ser transformadas em ensinamentos, para que possamos alcançar uma melhor experiência migratória.
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Cuidado para não perder oportunidades de crescimento
Morar fora é um convite a uma vida livre, leve e acima de tudo, solta dos problemas que nos aprisionavam. Manter-se no piloto automático não lhe trará tantos benefícios quanto pensa, não importa o quanto pense ao contrário. Muitos já tentaram e descobriram que um dos prazeres da viagem é o percurso e não a chegada.
Cuidado para não perder oportunidades de crescimento porque está focado no resultado final das coisas. A vida é vivida no presente e nunca podemos nos esquecer disso, se não prestarmos a devida atenção perderemos oportunidades de nos conectarmos a tudo aquilo que a vida no exterior pode nos proporcionar, não vacile com a sua própria história.
Encontre seu ritmo para não adoecer no exterior
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