Fingir que nada nos abala ou sensibiliza é o caminho mais curto para o desequilíbrio emocional no exterior. Quando tudo parece estar bem, mas não está…
Se tem uma coisa a qual o ser humano é bom, é fingir que nada está acontecendo. Certamente você já se viu diante de muitos problemas em simultâneo e decidiu não lidar com nenhum deles naquele momento. Essa realidade é muito comum na vida dos brasileiros que decidiram morar fora, afinal de contas, muitas coisas fogem ao nosso controle e na falta de autoconhecimento e ferramentas necessárias para enfrentar as adversidades, optamos por fingir que está tudo bem. Será que está mesmo?
Quando tudo parece estar bem, mas não está…
Colocar o pé na estrada é um dos movimentos mais desafiadores que um ser humano pode escolher, deixaremos nossas famílias, amigos, carreira, cultura, status e quem éramos, para tentarmos viver um sonho, um desejo ou talvez até mesmo um chamado.
Morar fora é uma jornada repleta de chegadas e partidas, aprendemos a não aprofundar tanto as relações e nos acostumamos a ver quem amamos voar, seja de regresso a casa ou para um novo destino. Aqui o destino não faz tanta diferença, o que nos impacta mesmo é lidarmos com a saudade que insiste em nos apertar, sem por vezes estarmos preparados.
Não dependa de ninguém no exterior
Mecanismo de defesa no exterior
Precisamos falar sobre o nosso fingimento enquanto mecanismo de defesa no exterior… Seja qual for a sua realidade; escassa ou abundante; livre ou dependente; em uma relação ou solteiro; trabalhando ou estudando. Com ou sem visto de residência; em terapia ou vivenciando a alta terapêutica, em algum momento nós vamos fingir estar bem.
Esse comportamento acontece devido a alguns fatores:
- Falta de rede de apoio qualificada;
- Ausência de cuidadores ao longo do nosso desenvolvimento, então na fase adulta não desejamos incomodar os outros;
- Desconexão do meu próprio bem-estar;
- Referências de vida disfuncionais, como por exemplo: pensar que preciso trabalhar de forma exagerada, pois se for ao contrário está errado;
- Falsa sensação de pertencimento: aqui nós fingimos para não sermos excluídos;
- Alta necessidade de aprovação: então escondo as fragilidades para que os outros me aceitem, logo aprovem;
- Dificuldade em encarar a realidade como ela é: então busco fingir que nada está acontecendo;
- Pouco conhecimento em como lidar com as coisas: a ignorância é uma aliada forte nesta realidade;
- Autoconhecimento comprometido: logo não entendo que preciso de ajuda.
Talvez você neste momento esteja se dando conta dos momentos em que precisou fingir ao longo da sua jornada ao morar fora, ou até mesmo do quanto tem vivido uma vida fingida… Constatar isso pode ser desafiador, afinal de contas, quais são as verdades que tenho feito questão de vivenciar, não é? Às vezes tudo parece estar bem, mas não está…
Reclamações no exterior podem revelar sua má adaptação no país
Será que você tem se negligenciado?
Meu discurso aqui não é que não podemos fingir estarmos bem, porque por vezes não queremos nos expor para qualquer pessoa, mas o meu objetivo é que você se dê conta do quanto tem se negligenciado ao longo do tempo.
Você se negligência quando faz algumas escolhas e adota algumas posturas:
- Tenho emoções negativas e não às trabalho;
- Sinto raiva e não externalizo para que as pessoas não pensem mal de mim;
- Coloco os outros como prioridade por acreditar que eles precisam mais do que eu;
- Escolho calar em vez de falar, por acreditar que não irá adiantar;
- Não cuido da minha saúde mental por acreditar que ela estabilizará com o tempo;
- Nutro pensamentos derrotistas sobre mim pela dificuldade em ser meu próprio auto suporte.
Qual foi a última vez que você se sentiu cuidado no exterior?
Chega de fingir no exterior
Chegou o momento de assumirmos a condução da nossa própria vida e nos responsabilizarmos pelo nosso momento presente. Morar fora é uma oportunidade especial e repleta de possibilidades de sermos ainda melhores do que fomos um dia. Se você se sente cansado, desanimado, estressado, com pouca esperança, eu gostaria que você soubesse que não está sozinho nessa.
Estamos vivenciando desafios gigantes no exterior, uns mais do que outros, mas todos nós, sem exceção, nos perguntamos todos os dias se estamos no caminho certo e se devemos permanecer nesta jornada…
O caminho saudável para deixarmos de fingir é acolher o que sentimos, buscar compreender o que nos afeta, dar significado para tudo aquilo que nos atravessa e ressignificar aquilo que temos dificuldade em superar.
Está tudo bem as coisas não estarem bem no exterior: como lidar com a frustração
Busque transparência e verdade em sua vida
O exercício de viver uma vida autêntica em busca da transparência e verdade, passa pelo desafio de deixarmos de nos importar com que as pessoas pensam sobre nós, pois devemos lembrar que elas são livres para pensarem o que desejarem.
Caso isso seja muito difícil para você, tente fazer uma retrospectiva de quando foi que começou a dar valor à opinião dos outros, em que momento se distanciou da sua própria percepção para acolher a visão daqueles à sua volta e por mim, tente perceber o porquê que percepções externas e alheias a você são tão importantes assim…
Outro ponto importante é sua rede de apoio, quando aprendemos a construir uma rede sólida, profunda, saudável e disponível, aprendemos a relaxar, pois compreendemos que podemos ser exatamente como somos, sem preconceitos ou julgamentos.
Familiares, amigos e pessoas disponíveis, fazem toda diferença na nossa vida migratória, pois a sensação de que temos com quem contar nos ajuda a sermos quem somos, no aqui e no agora. A ausência deste suporte pode nos adoecer, nos colocando por vezes ao lado de pessoas que não nos conhecem e consequentemente não podem nos ajudar.
Talvez você esteja cercado de más companhias no exterior e nem se deu conta
Quando tudo parece estar bem… Fortaleça sua autoestima
Fortaleça sua autoestima, essa é uma orientação necessária, pois na grande maioria dos casos nos colocamos em situações difíceis porque nossa autoestima está comprometida. Um bom exemplo disso é quando permanecemos em relacionamentos falidos, em empregos precários, em amizades por interesse e em lugares que antes nos cabiam…
O caminho para ter uma autoestima forte passa pelo autoconhecimento, se você não souber quem era, quem é e quem deseja ser, seu percurso será difícil. Entender o que está acontecendo com você lhe auxiliará a viver uma vida inspiradora.
Por fim, cuidado com o ambiente em que você vive, somos influenciados a todo momento e de diferentes formas. Às vezes nem nos damos conta do quanto algumas pessoas e lugares podem nos comprometer, quando damos fé, estamos deixando de fazer o que gostamos. Desse modo, diminuímos a frequência da nossa exposição a experiências que nos fazem sentido e pouco a pouco vamos perdendo a energia de avançar.
Quando tudo parece estar bem, mas não está… procure cuidar melhor de você ou procure ajuda de um profissional.
*Caso você deseje me acompanhar pelas redes sociais, sugerir novos conteúdos e conferir mais dicas como essas, acesse o meu Instagram. Fale comigo também pelo WhatsApp.*Ouça também o Podcast Partiu Morar Fora, com Amanda Corrêa e Claudinho Abdo: