ansiedade ao morar fora
Ansiedade ao morar fora – Foto: Canva.

Alguns lugares podem comprometer a nossa saúde mental. Ansiedade ao morar fora: como anda o ambiente que te cerca?

Aquele que não se sente ansioso ao morar fora que atire a primeira pedra! Precisamos convir que não precisamos estar longe de casa para conhecermos de perto a ansiedade, mas confesso que a vida no exterior nos expõe muito mais as variações emocionais. Colocamos o pé na estrada para vivermos uma vida melhor, mais segura e estável, mas será que essa vida realmente existe? Vamos comigo até o fim desse texto que eu vou te contar tudo!

Será que a ansiedade ao morar fora é realmente sua?

Costumamos dizer que a ansiedade é o excesso de futuro em nossas vidas, ou seja, não conseguimos nos concentrar no momento presente e ficamos presos no amanhã, no famoso e dramático, “e se…”. Certamente você conhece alguém que gosta de controlar as coisas, o ansioso disfarçado de controlador, ele prefere manipular as variáveis porque assim não será surpreendido, logo se sentirá mais seguro com aquilo que é previsível.

Há também aqueles que durante uma conversa gostam de antecipar as coisas, enquanto estamos pensando em qual país visitar nas férias de agosto, o “querido” já está pensando nas possíveis greves dos aeroportos no verão ou no nível de segurança que devem ter nos pontos turísticos para não vacilarem.

Parece engraçado, mas não é, acabamos normalizando o descontrole da ansiedade, porque é mais fácil do que entendermos os sinais e buscar tratamento ao morar fora. 

Na internet alguns profissionais prometem curar a ansiedade em algumas sessões ou afirmam que com uma boa reprogramação mental você se sentirá livre dela, mas hoje gostaria de dizer que ainda não encontramos cura para a ansiedade, então qualquer coisa que ouvires diferente disso é golpe!

Encontrando respostas no silêncio ao morar fora

Aceitando a ansiedade ao morar fora

A melhor forma de lidarmos com a ansiedade ao morar fora é aceitando que ela existe. Buscando o melhor tratamento de modo personalizado as nossas necessidades e compreendendo que quanto melhor for o nosso relacionamento com ela, melhor será a nossa vida.

Às vezes ainda escuto algumas pessoas falarem, “eu não estou ansioso…”, aí eu comento na sequência, “mas, você sabe o que é ansiedade?” e para minha surpresa, elas não conseguem colocar em palavras. 

Um erro muito comum é pegarmos algumas referências de pessoas extremamente ansiosas ou alguns casos de crises de ansiedade e acharmos que estar ansioso é isso. Mas vivermos episódios de ansiedade é também:

  • Não se concentrar no que o outro está falando e interromper as falas diversas vezes;
  • Terminar as frases para as pessoas; 
  • Fazer várias coisas ao mesmo tempo por achar que isso aumentará sua produtividade;
  • Se antecipar nos cuidados conjugais por acreditar que com certeza, ele ou ela, não irá fazer;
  • Fazer um roteiro de viagem sem deixar espaço para ser surpreendido;
  • Se levantar do assento no avião sem que a aeronave esteja realmente parada;
  • Ficar na fila de embarque antes do horário previsto, mesmo o assento sendo marcado;
  • Chegar antes do horário marcado na casa das pessoas;
  • Ouvir áudios na velocidade 2.0 por acreditar que as pessoas falam muito devagar e que você não tem tempo a perder.

Viver no exterior exige uma autogestão aprimorada: como você tem gerenciado?

Influência das pessoas e lugares na nossa vida

Mas, será que toda a ansiedade que você sente é realmente sua? Algo que desconsideramos ao longo da vida é sobre o poder de influências que pessoas e lugares exercem sobre nós. Algumas pessoas relatam serem mais sensíveis a isso e outras nem percebem, mas todas, sem exceção, são influenciadas o tempo inteiro.

Um bom exemplo disso é quando encontramos um amigo que constantemente vive uma ansiedade descontrolada, é quase impossível sairmos do encontro com ele sem nos sentirmos alterados e agitados. Essa mesma realidade acontece no shopping ou em locais com muita gente, como parques de diversões, aeroportos e centros urbanos.

Ao morar fora nem tudo que sentimos é nosso e é por isso que precisamos estar atentos às pessoas que nos relacionamos e aos locais que frequentamos. 

Três comportamentos clássicos que minam sua saúde mental no exterior

Se protegendo em lugares ansiogênicos

Essa semana uma amiga comentou que viveu uma experiência super desagradável em uma viagem e o quanto sentiu um aumento na ansiedade a qual ela vinha mantendo em níveis controlados. Essa conversa me trouxe algumas reflexões sobre o quanto as pessoas precisam aprender a se defender de ambientes os quais possam nos desestabilizar emocionalmente.

Dessa forma, aumentando consequentemente a nossa ansiedade ao morar fora. Veja as minhas orientações para controlar a ansiedade:

  • Não se coloque em situações difíceis, quando nos sentimos sobrecarregados devemos evitar ambientes pesados, pois estaremos mais sensíveis a eles;
  • Algumas amizades precisam de um tempo, por compreendermos que não estaremos disponíveis para ajudar ou sermos ajudados, não deixe que o outro lhe atrapalhe;
  • Tire das pessoas o poder que lhes atribuiu de lhe influenciarem a sentir-se mais ansioso. Sim, as vezes somos nós mesmos que não damos limites aos outros;
  • Maridos, esposas e filhos, também devem ser orientados a não colocar os problemas deles nas suas mãos;
  • Pare de terceirizar as resoluções das suas próprias questões a terceiros, fortaleça sua auto responsabilidade;
  • Quanto mais problemas você acumula, mais ansioso se sentirá. Cuidado para você mesmo não criar um ambiente difícil;
  • Se você não souber o que é ansiedade, de que forma ela aumenta e como pode reduzi-la, você continuará exposto ao adoecimento mental. Busque autoconhecimento.

Normalizando a ansiedade no exterior

Algumas pessoas se auto diagnosticam “sou ansiosos” e logo podem pensar; “você está aumenta minha ansiedade”, “você sabe que sou ansioso e faz isso”, “não posso ler, assistir ou ouvir isso, porque ataca minha ansiedade”. Ou seja, pensamentos como esses normalizam a ansiedade e nos afastam do caminho do tratamento.

Ao morar fora precisamos ter muito cuidado com a nossa saúde mental, senão colocaremos todo o nosso plano migratório a perder. Negligenciar os cuidados especiais com suas emoções e sentimentos lhe levará para casa mais cedo do que você imagina. 

Portanto, ninguém pode ter o poder sobre nós, ninguém! Isso só será possível a partir do momento que você for especialista em você mesmo, enquanto esse nível não for alcançado você continuará adoecendo e encontrando caminhos e estratégias ineficazes.

Se você já tentou de tudo e nada resultou, chegou a hora de buscar uma ajuda profissional com um psicólogo intercultural!

Talvez você não seja tão importante assim: perrengues no exterior

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Vitor Luz possui formação em Jornalismo e Psicologia e ao longo da sua trajetória profissional pode se dedicar à busca de novos conhecimentos e fez uma formação em Inner Vision, Programação Neurolinguística – PNL e Certificação Internacional em Master Coaching Mentoring e Holomentoring – ISOR. Atualmente mora na cidade do Porto, onde aprofunda seus estudos em psicologia em um Doutorado na Universidade do Porto, além de possuir especialização em Psicologia Intercultural, proporcionando um acolhimento ajustado às necessidades daqueles que moram no exterior. Ele realiza atendimentos exclusivamente online, com clientes espalhados pela América, Europa, Ásia e Oceania, acolhendo imigrantes e expatriados brasileiros que busquem ressignificar perdas e aprimorar suas formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

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