Pesquisa mostra que mais da metade das mulheres trabalhadoras no Reino Unido já sofreram algum tipo de assédio no trabalho.
Uma pesquisa realizada pela Trades Union Congress (TUC), em parceria com um grupo que defende os direitos da mulheres, o Everyday Sexism Project, divulgada na última quarta-feira (10/08), mostrou que mais da metade (52%) das mulheres que participaram da pesquisa já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho.
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Foram entrevistadas 1.553 mulheres, com idades entre 18 e 65 anos, de todo o Reino Unido. Destas, 52% afirmam que já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. Foram toques indesejados, investidas sexuais e até gracinhas inapropriadas que não tem graça nenhuma.
Quando a pesquisa é segmentada para as mulheres trabalhadoras que tem entre 16 e 24 anos o número aumenta ainda mais. A pesquisa mostra que 63% já foram assediadas de alguma forma no trabalho.
Assédio
De cada oito mulheres que participaram da pesquisa, uma afirma ter sido vítima de toques indesejados, seja nos seios, nas nádegas ou na parte genital. Também afirmam terem sofrido tentativas de beijos forçados no local de trabalho e 1% foi estuprada ou abusada de forma mais grave em todas as maneiras de assédio.
De acordo com Laura Bates, a fundadora do grupo Everyday Sexism Project, “é a lei do mais forte em funcionamento”. Para Laura, as mulheres trabalhadoras que mais sofrem com as investidas são aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade, sejam as estagiárias, as trabalhadoras temporárias ou as que possuem contrato com tempo determinado.
Quem Assedia?
Quase metade as mulheres entrevistadas afirmaram que os responsáveis pelo assédio foram os donos das empresas, chefes diretos ou superiores dos quais elas dependem. De cada cinco mulheres assediadas, quatro não reportaram o abuso sofrido para a administração da empresa ou área de recursos humanos por medo de serem demitidas ou até mesmo de não serem levadas a sério. A maior parte das vítimas que aparecem na pesquisa trabalham na indústria hoteleira ou em fábricas.
Repercussão da Pesquisa
O Reino Unido está indignado com os resultados divulgados na pesquisa. Para Angela Rayner do Partido Trabalhista, “não existe graça nenhuma que uma em cada três mulheres esteja sujeita a piadas de natureza sexual, quando simplesmente tentam cumprir suas funções no emprego”. Uma porta-voz do partido do governo inglês afirmou que ninguém pode ser vítima de assédio onde trabalha e que a lei precisa punir quem comete esse tipo de crime.
Link para a Pesquisa
Se você quiser ter acesso ao relatório da pesquisa em PDF, basta clicar aqui. (*o documento está em inglês)
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