Como seguir forte no trabalho
Forte no trabalho – Foto: Canva.

Com tantas mudanças na imigração no mundo, se manter forte no trabalho tem sido difícil. Se você tem lidado com a ansiedade, esse texto é pra você.

As políticas de imigração estão mudando em vários países, mas apesar disso temos que continuar trabalhando. Porém, como seguir forte no trabalho quando a imigração vira uma montanha-russa?

Trabalhar fora do país é, para muitos brasileiros, a realização de um sonho. Mas o que pouca gente fala é sobre o desgaste emocional de sustentar a produtividade em meio às incertezas que a vida de imigrante impõe.

A cada mudança nas leis de imigração, a segurança balança

Quando o lugar onde você vive deixa de ser garantido, tudo em volta parece instável. E isso atinge diretamente o campo profissional: como manter o foco e a performance no trabalho quando a cabeça está cheia de preocupações sobre documentos, permanência, ou até uma possível volta forçada?

É como viver tentando equilibrar pratos com a diferença de que alguns desses pratos giram fora do nosso controle.

Você continua comparecendo às reuniões, entregando projetos, tentando parecer “ok”. Mas por dentro, a ansiedade cresce.

O medo de perder tudo, a culpa por “não estar 100%” e a sensação de que precisa se provar o tempo todo tornam-se fantasmas silenciosos, que roubam a energia vital.

A verdade é que ninguém consegue sustentar a performance no trabalho por muito tempo quando vive em estado de alerta constante.

Não se trata de romantizar o caos, mas de desenvolver recursos emocionais para atravessá-lo com menos dor. Recomeços são desafiadores, ainda mais quando não foram planejados. Mas há força em você. E com apoio certo, é possível manter-se firme no trabalho, mesmo quando a imigração parece uma montanha-russa.

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A pressão silenciosa do “tem que dar certo”

Quando uma pessoa decide construir uma vida fora do seu país de origem, ela não está apenas mudando de endereço está apostando tudo em um novo começo. E, com essa decisão, vem um peso invisível: a expectativa de que tudo tem que dar certo.

Não é apenas sobre você. É sobre quem ficou no país de origem torcendo por você, sobre o investimento emocional e financeiro feito para essa mudança acontecer. É sobre provar (para os outros e para si mesmo) que essa escolha valeu a pena.

Essa pressão muitas vezes é silenciosa, mas constante. Ela aparece em pensamentos como:

“Eu não posso fracassar.”

“Não posso voltar para o Brasil com a sensação de derrota.”

“Preciso dar conta de tudo sozinha.”

Com o tempo, essa cobrança interna vira uma armadilha. Você passa a exigir de si um desempenho sobre-humano: estar bem no trabalho, manter a produtividade, lidar com a burocracia da imigração, adaptar-se à cultura, à língua, e ainda parecer forte.

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Parecer forte no trabalho: Atenção com a sua saúde física, mental e emocional

Só que ninguém sustenta esse ritmo por muito tempo sem consequências. É aqui que o corpo começa a dar sinais. O cansaço não passa. A mente vive em estado de alerta. A ansiedade cresce. E o risco do Burnout se torna real.

A pressão do “tem que dar certo” nos afasta da possibilidade de viver o processo com mais humanidade. Afinal, recomeços são difíceis. E ninguém deveria atravessá-los sozinho ou fingindo estar bem o tempo todo.

Reconhecer essa pressão é o primeiro passo para tirar o seu peso das costas. O segundo passo é buscar apoio emocional, psicológico e, se possível, profissional. Não para desistir, mas para seguir com mais leveza e clareza.

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Informação sem equilíbrio gera exaustão

A cada nova notícia sobre vistos, autorizações ou regras de permanência, o coração dispara. Estar bem informado é importante, mas se atualizar 24 horas por dia pode se tornar um fator de esgotamento emocional. 

A dica é estabelecer limites: defina horários para se informar e evite começar o dia mergulhado em incertezas. Cuidar do emocional é cuidar da sua performance no trabalho.

Quem mora fora costuma ouvir frases como:

“Você é muito corajosa!”

“Não sei como você aguenta!”

“Eu no seu lugar já teria desistido.”

Essas falas parecem elogios, mas também alimentam uma armadilha silenciosa: a de que você precisa ser forte o tempo todo. Que não pode fraquejar, chorar, pedir ajuda ou demonstrar cansaço.

Essa “força inabalável” que esperam de você (e que talvez você mesma cobre de si) não é real. Ela é uma construção social que ignora o peso emocional de viver longe da família, lidar com barreiras culturais, enfrentar instabilidades na imigração e, ainda assim, manter-se produtiva no trabalho.

A realidade é que ninguém é forte o tempo inteiro. E não precisa ser.

Mostrar vulnerabilidade não é sinal de fraqueza é um ato de coragem. É nesse espaço honesto que você se conecta consigo mesma e entende o que precisa para seguir adiante com saúde mental e equilíbrio emocional.

Quando você se permite dizer “não estou bem”, abre espaço para acolher o que sente, reorganizar as prioridades e buscar ajuda. E isso é força de verdade.

Você não veio até aqui para se destruir tentando parecer forte.
Você veio para crescer, mesmo que isso signifique pedir apoio em momentos difíceis.

Rotina é ainda mais necessária em tempos instáveis: ser forte no trabalho

Quando tudo à sua volta parece instável mudanças nas leis de imigração, burocracia inesperada, medo do futuro é comum que a primeira coisa a desmoronar seja a sua rotina.

Você passa a viver no modo sobrevivência, apagando incêndios, resolvendo problemas urgentes, tentando manter a cabeça erguida. Mas esse movimento tem um custo alto: o seu corpo e a sua mente perdem a referência de segurança.

É por isso que, em tempos instáveis, a rotina deixa de ser um fardo e passa a ser uma âncora. Ela te oferece estrutura quando o mundo lá fora parece desmoronar, cria pequenas certezas no meio do caos, reforça a sua autonomia emocional, mesmo quando você não tem controle sobre tudo.

Não estamos falando de uma rotina rígida ou opressora. Mas sim de hábitos saudáveis que cuidam da sua saúde mental:

  • Ter horário para começar e terminar o trabalho.
  • Fazer pausas reais ao longo do dia.
  • Alimentar-se bem.
  • Dormir com qualidade.
  • Praticar uma atividade física (nem que seja uma caminhada curta).
  • Ter momentos offline.

A rotina é um gesto de autocuidado e autopreservação. Ela não elimina os desafios da imigração, mas te ajuda a enfrentá-los com mais clareza, energia e equilíbrio.

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Você não precisa dar conta de tudo sozinha

A jornada da imigração já é, por si só, exigente. Some a isso as exigências do trabalho, a pressão por resultados, o medo de errar e a tentativa constante de provar que “vale a pena estar aqui”.

O problema é quando tudo isso vira uma missão solitária. Você tenta resolver tudo sozinha, acredita que precisa dar conta de tudo, e ainda se culpa quando o cansaço aparece.

Mas aqui vai uma verdade importante: a força real está em saber pedir ajuda. Você não precisa ser produtivo o tempo todo. Não precisa ter respostas para tudo. E, principalmente, não precisa enfrentar esse momento desafiador sem suporte.

Cuidar da saúde mental, ter alguém que te escute sem julgamentos, que te ajude a organizar pensamentos, emoções e decisões faz toda a diferença na sua performance e no seu bem-estar.

O trabalho é importante, mas sua saúde mental é essencial

Viver fora do país já é um desafio por si só. Quando as mudanças na imigração impactam a sua sensação de segurança, é natural que isso transborde para o trabalho, o corpo, o emocional.

É nessas horas que você precisa lembrar: você é uma pessoa, não uma máquina de resultados. 

O mundo pode mudar lá fora. Mas a partir do autoconhecimento, você ainda pode criar estabilidade emocional, rotinas de cuidado, força com leveza e principalmente, encontrar espaço para respirar.

Não se cobre perfeição. Se você está enfrentando um momento desafiador na carreira e sente que precisa reorganizar sua vida emocional e profissional, é hoje de buscar ajuda de um profissional qualificado para te acompanhar nesse processo.

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Psicóloga e coach PNL Sistêmica pela ICI Integrated Coaching Institute, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional pelo Metaforum Internacional. Possui uma trajetória profissional de 16 anos no mundo corporativo na área Recursos Humanos. Atualmente mora em Portugal e trabalha com recolocação profissional.

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