Ao morar fora podemos perder parte da nossa identidade e estar atento as variações emocionais pode nos ajudar a nos mantermos saudáveis emocionalmente. Por que deixamos de acreditar em nós quando vivemos no exterior?
Por muito tempo acreditou-se que morar fora era uma verdadeira alternativa para mudarmos de vida, mas o que não sabíamos eram os efeitos colaterais que essa jornada migratória podia gerar em nossas emoções e pensamentos. Estudiosos apontam que colocar o pé na estrada exige muito de nós e que se não estivermos atentos ao que estamos fazendo, podemos perder parte da nossa identidade ao longo do tempo.
Quando nossa autoestima não está fortalecida e nosso autoconhecimento é baixo, tendemos a nos comparar com os outros e imaginar que nada podemos e que principalmente, não merecemos. Se você já se sentiu assim, então vamos juntos até o fim deste texto.
Por que deixamos de acreditar em nós quando vivemos no exterior?
A nossa autoestima é construída ao longo do nosso desenvolvimento, o ambiente que crescemos, as pessoas que nos relacionamos e as escolhas que fizemos, são circunstâncias poderosas que podem elevar ou rebaixar a nossa percepção saudável sobre nós mesmos.
Por vezes tivemos cuidadores que não souberam olhar para nossas vulnerabilidades, vivenciamos realidades sociais com grande escassez de feedbacks e talvez você não tenha tido a chance de trabalhar seu autoconhecimento com um profissional de saúde mental.
Essa realidade pode ser bastante dramática quando nos condicionamos a receber validações de pessoas externas, que sabem pouco sobre nós e talvez, pouquíssimo sobre o mundo que merecemos.
Ser refém da opinião dos outros, do olhar de terceiros e daqueles que não se importam tanto com o nosso desenvolvimento, pode ser um caminho tortuoso e muitas vezes destrutivo à nossa autoestima. O que você tem feito para fortalecer essa área em sua vida?
Será que suas escolhas têm alterado seu bem-estar no exterior?
O que você tem feito para sua autoestima está baixa?
Estamos tão acostumados a dizer aos outros; “não tenho autoestima…”, “minha autoestima é um lixo…”, “minha autoestima está sempre lá em baixo…”, mas o que talvez devêssemos trazer para nossa consciência é o que podemos fazer, no aqui e no agora, para fortalecermos essa área em nossas vidas. Então vou te dar alguns caminhos:
- Fortaleça sua percepção sobre você mesmo, compreenda o que gosta, entenda o que não gosta e acolha-se;
- Esteja em um ciclo social onde as pessoas lhe enxerguem, por vezes insistimos em pertencer ao lado de algumas pessoas que não fazem mais a diferença em nossas vidas;
- Se o seu passado não foi interessante, que tal ressignificar aquilo que ainda te faz mal?;
- Quem são as pessoas que você tem responsabilizado pela vida que você tem hoje?;
- Chegou o momento de ser protagonista da própria vida, chega de ter medo de prosperar emocionalmente.
Talvez você só esteja emocionalmente destreinado no exterior.
Quando foi que deixamos de acreditar em nós mesmos?
Aqueles que colocam o pé na estrada precisam lidar com muitas perdas; família, língua, terra, status social, rede social, perdas essas que contemplam o luto migratório. Não há possibilidade de perdermos tantas coisas e não comprometermos a nossa identidade, quem somos e como nos vemos.
Toda e qualquer mudança tem o poder de nos transformar, a depender dos estímulos que recebemos e das situações as quais fomos expostos, essa experiência pode ser saudável ou não.
À medida que nos afastamos de tudo aquilo que nos dá significado tendemos a duvidar de nós mesmos. Ficamos receosos em arriscar, nos inibimos em inovar, nos contraímos para o novo e por fim, nos engessamos tanto, que até esquecemos de como é ser livre para viver o que sempre sonhamos.
A depender das companhias que temos ao nosso redor podemos perder a perspectiva de todas as possibilidades que estão diante de nós. Movimento esse que acontece de modo silencioso, discreto e por vezes inconsciente.
Bagagem emocional no exterior: a sua te facilita ou atrapalha?
Será que você tem duvidado da sua própria capacidade?
- Qual foi a última vez que fez algo sem pedir opinião dos outros?
- Quantas vezes deixou de avançar por acreditar que não iria conseguir?
- Quando se sentiu realmente inteiro em fazer algo por você e para você?
- Seu ciclo social potencializa suas habilidades e competências ou o contrário?
- Você não pode ou não quer fazer?
- Se você tem as competências técnicas, científica e vivencial, o que te impede de prosseguir?
Por vezes ao morar fora estamos tão distantes de nós mesmos que perdemos essa percepção sobre a nossa própria realidade. O que estamos fazendo, o que deixamos de fazer e talvez a parte mais delicada, o que está em nosso inconsciente nos colocando em modo automático.
Gostaria que você soubesse que sentir-se perdido no exterior é natural, mas não precisamos permanecer assim, por isso a necessidade de fortalecermos o nosso autoconhecimento, para que possamos ter uma jornada emocionalmente saudável no exterior.
Aprenda a ser o seu autossuporte no exterior.
Virando o jogo
Se você deixou de acreditar em você mesmo, então vou te dar algumas sugestões para virarmos esse jogo:
- Acredite em você mesmo, esse é um exercício poderoso e indispensável;
- Morar fora não será fácil, então cerque-se de pessoas que conhecem suas forças, reconhecem seus pontos a melhorar e a parte mais importante, que acreditem em você;
- Não esteja onde já não está, por vezes insistimos em permanecer em ciclos que não nos faz mais sentido. Nos comportamos assim pela dificuldade que temos em colocar limites e em frustar os outros, mas lembre-se que todos nós precisamos partir em algum momento;
- Você não voltará a ser o que foi no passado, compreender essa realidade é libertador, então que tal acolhermos o que temos no momento presente?;
- Como vai seu sono, alimentação, atividade física e a terapia? Cada uma destas circunstâncias são pilares poderosos para lhe trazer sustentação;
- Estudar, capacitar-se e saber qual caminho trilhar, facilitará a sua jornada para acreditar em você mesmo.
Portanto, o segredo consiste em expandirmos a nossa visão sobre nós mesmos, sem nos autossabotarmos ou desprestigiarmos. Se essa tem sido uma prática antiga, compreendo que pode levar um tempo para encontrar novas formas de ser no mundo.
Desse modo, morar fora é um convite à evolução, onde precisamos olhar para o que fomos. Olhar para o que estamos podendo ser e olharmos para aquilo que podemos ser amanhã. Então que possamos compreender que acreditar em nós é sempre uma decisão.
Coluna: Aprenda a se ouvir ao morar fora.
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