Nem sempre o nosso corpo corresponderá ao nosso equilíbrio mental. Por isso, encontre seu ritmo para não adoecer no exterior ou peça ajuda.
Alguns teóricos acreditam que a jornada migratória é destinada para jovens saudáveis, dado os desafios que nos atravessam ao longo do caminho. Aqueles que decidem morar fora precisam estar atentos à integração entre corpo e mente. Pois na grande maioria das vezes eles podem estar desconectados e você nem vai perceber. Viver no exterior é uma experiência que tem tudo para ser incrível, se você se autoconhecer e tiver os seus objetivos bem claros.
Encontre seu ritmo para não adoecer no exterior
Ao longo dos meus 35 anos de vida eu sempre pratiquei esportes e priorizei a atividade física em minha vida, entrei na academia aos 13 anos e desde então nunca parei. O que era um hábito se tornou uma programação fixa em minha rotina, minhas manhãs são dedicadas à minha vida pessoal, o que inclui os diferentes tipos de treinos. Então, eu não preciso pensar se vou ou não treinar, simplesmente acordo, visto a roupa fitness e sigo com aquilo que combinei comigo mesmo.
Preciso confessar que há dias e dias, a depender do dia anterior de atendimentos por vezes me sinto menos disposto para treinar, mas compreendo que neste dia preciso pegar leve comigo mesmo e me acolher neste momento.
Aqueles que desejam morar fora e aqueles que já estão morando precisam saber que o clima vai influenciar na nossa performance. A depender do país em que decidimos viver, o frio e o calor podem impactar a nossa disposição e é neste momento que você precisa honrar o compromisso que você assumiu com você mesmo de se cuidar e ser a própria prioridade.
Ouça seu corpo e sua mente
Nesta semana aconteceu algo atípico, tive uma boa noite de sono, segui o meu protocolo matinal, sai com os cães para caminhada rotineira deles. Mas, ao regressar para casa me senti estranhamente sem energia. Como já estava em cima da hora, bate um suco de frutas vermelhas e corri para o Pilates, achei que os nutrientes do suco seriam suficientes para me dar energia, mas durante a aula ainda me sentia fraco e não consegui fazer todas as repetições orientadas.
O professor que me conhece há alguns anos se aproximou e perguntou se estava tudo bem, e eu respondi dizendo que estava me sentindo cansado e ele finalizou dizendo: “não tem pressa, faça no seu ritmo, nem sempre o nosso bem-estar mental corresponderá a nossa disposição corporal…”…
Essa intervenção dele me trouxe uma sensação de acolhimento e me dei conta que estava tudo bem eu não conseguir executar todas as repetições e que me sentir cansado faz parte da vida. Quantas vezes nós não respeitamos os sinais do nosso corpo e nos boicotamos para cumprir metas, atender as expectativas das pessoas ou simplesmente sermos melhores percebidos, não é?
Insegurança no exterior: será que ela é realmente sua?
Encontre seu ritmo no exterior
Aqueles que decidiram morar fora já descobriram que viver no exterior é uma das formas de existir mais desafiadoras que existem, afinal de contas, parece que tudo pode dar errado o tempo todo. É eita atrás de eita e a depender dos recursos internos que você conquistou ao longo da sua vida, sua experiência migratória pode ser mais ou menos traumática.
Encontrar o próprio ritmo no exterior é a chave para vivenciar uma integração entre corpo e mente. Quantas vezes você se sente disposto fisicamente, mas sua mente não está raciocinando bem. Quantas vezes suas emoções estão estáveis, mas seu corpo não aguenta fazer um alongamento colocando as mãos no chão…
Encontrar o nosso ritmo passa pelo autoconhecimento, sobre você compreender quais são suas necessidades emocionais, cognitivas e físicas. Morar fora nos convida a estarmos atentos a quem estamos nos tornando. Afinal de contas já deixamos tanto de nós para trás, por isso, não tem como ser o que éramos.
Outro fator que pode te auxiliar neste exercício de encontrar o próprio ritmo é alcançar uma consciência mais ampliada sobre a sua própria vida.
- Você consegue perceber o que está acontecendo à sua volta?
- Está desperto para ouvir o que as pessoas estão falando?
- Você está sensível para captar aquilo que não é dito?
- Tem sido intencional em suas tomadas de decisões e escolhas?
Será que vale a pena continuar renunciando quem realmente somos?
Adoecer no exterior: cuide de você e não da vida dos outros
Não há distração maior do que ficarmos de olho nos avanços daqueles que decidiram morar fora. Desse modo, muitos brasileiros no exterior focam no que desejam alcançar e esquecem de reconhecer tudo aquilo que já conquistaram. Não somos uma folha em branco e nossa história nos empodera a viver o nosso momento presente.
Quando eu era Jornalista, vi uma antiga gestora atender todas as necessidades das pessoas que chegavam até ela. Porém, no fim do mês ela era cobrada pelos resultados do trabalho dela e na grande maioria das vezes ela falhava… Ser muito bom para os outros e péssimo para você é o caminho mais curto para não prosperar no exterior.
Precisamos compreender que cada um de nós veio ao mundo com um propósito especial. Assim, aqueles que se conectam a essa essência alcançam altos níveis de felicidade e satisfação existencial, pois estão integrados ao que são no mundo.
Quando não souber o que fazer reconecte-se a você: descubra como
Respeite o seu processo
Cada um de nós que decidiu colocar o pé na estrada deixou muito para trás e esse muito pode ser quantitativo ou qualitativo. Respeitar o seu processo é o que há de mais respeitoso em nossa existência.
Você não está atrasado, por isso, não se apresse só porque os outros estão vivendo uma experiência diferente da sua. Cada um ao seu ritmo e seguindo a canção, não respeitar o seu processo evolutivo é uma atitude dispensável.
Por vezes o seu corpo não estará conectado a sua mente. Por isso, quando se der conta disso escolha reconectar-se com você. Essa atitude será fundamental para uma experiência migratória saudável e acima de tudo, mais integrada a pessoa que você tem se tornado no aqui e no agora.
Não devemos nos desrespeitar por nada e por ninguém, em nenhuma circunstância. Nós somos o nosso bem mais precioso e precisamos nos tratar de acordo com a forma que merecemos.
Se a visão sobre você mesmo está distorcida ao ponto de não encontrar valor próprio ou adoecer no exterior, então você deve procurar um Psicólogo Intercultural para lhe auxiliar. Aprenda a cuidar de você no exterior!
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