A busca pela validação externa pode ser muito arriscada durante a jornada migratória. Aprenda a ser o seu autossuporte no exterior e acreditar mais em você.
Se tem uma coisa que a vida morando fora nos ensina, é o nosso poder de resiliência. Aprendemos desde muito cedo que ou ressignificamos aquilo que nos causa dor ou nos perderemos no meio do caminho. A vida está passando tão depressa, que assim como um trem que está de partida, precisamos ajustar o nosso passado para não ficarmos para trás. Uma habilidade necessária para vivermos em qualquer cultura é o autossuporte, que nada mais é do que o movimento de aprendermos a nos acolher.
Aprenda a ser o seu autossuporte no exterior
Ao longo do nosso desenvolvimento vamos crescendo e as pessoas ao nosso redor nos influenciam de diferentes maneiras, seja no nosso jeito de pensar, agir, sentir ou muitas vezes, de simplesmente não nos movermos.
Se você reparar direitinho vai perceber que carregas muito dos seus pais, quantos padrões repetimos e como mantemos crenças disfuncionais que nos foram introjetadas. A depender do ambiente em que você tenha se desenvolvido e das experiências que viveu, talvez tenha se acostumado a receber apoio dos outros e a não tomar decisões sozinhos, circunstância essa que pode trazer sérios prejuízos para vida adulta.
Morar fora nos convida a questionarmos a nossa dependência física, emocional, financeira e muitas vezes espiritual. Por estarmos longe de tudo e todos, temos a chance de pensarmos por nós mesmos, de agirmos segundo aquilo que acreditamos e de silenciarmos sempre que precisamos.
Preciso confessar que essa dinâmica é bastante desafiadora e para algumas pessoas pode ser aterrorizante, mas a partir do momento que aprendermos a estar com a gente mesmo a vida vai ficando menos difícil.
Qual foi a última vez que você pensou por você mesmo? Qual foi a última decisão que você tomou baseado naquilo que acreditava? Quando se viu agindo pelo que acreditava ser coerente e justo? Esses questionamentos nos transportam para um lugar de pensarmos sobre como estamos conduzindo a nossa vida.
Como tornar sua jornada inspiradora.
Validação externa morando fora
Você já parou para pensar por qual motivo precisa da validação dos outros? Por qual razão a opinião do outro é tão importante? Porque credibilizamos tanto a percepção dos outros sobre nós? O que te leva a crer que talvez aqueles à sua volta saibam mais sobre você, do que você mesmo? Essas perguntas te auxiliarão a pensar sobre como tens conduzido a sua vida.
Talvez você esteja mal acostumado e ao longo dos anos terceirizou suas tomadas de decisões, tanto por não se sentir seguro ou pela simples preguiça de sentir-se responsável pela própria vida, afinal de contas, se não der certo, a culpa foi de quem decidiu, não é?
Estamos vivendo dias de tanta insegurança e instabilidade no exterior, que muitas pessoas perderam a confiança nelas mesmas. Já reparou que tudo nos assusta? Já percebeu que coisas simples parecem bichos de sete cabeças? Já se deu conta que muitas vezes somos nós quem complicamos?
Mora fora traz um zoom para nossas forças, mas também para nossas fragilidades e nunca foi tão necessário fortalecermos o nosso autoconhecimento e termos uma visão generosa sobre quem somos.
Você pode ser próprio suporte e braço forte: acredite!
Longe de tudo e todos, perdemos a nossa referência e essa posição pode gerar muita insegurança e instabilidade emocional. Com isso olhamos para aqueles à nossa volta e buscamos sentido, apoio, validação e alguém que nos dê suporte, mas preciso confessar, talvez você não encontre isso morando fora.
A jornada migratória nos conecta ao nosso propósito, as nossas verdades e aos nossos objetivos essenciais, motivos esses que explicam por que passamos a dedicar mais tempo a nossa própria jornada, nos afastando assim de nos envolvermos com a resolução da vida dos outros.
Além disso, muitos imigrantes estão vivendo realidades parecidas, tentando permanecer onde estão e manter sua mente e coração em equilíbrio.
Compreender isso nos auxilia a compreender que nem tudo é sobre nós, que não termos suporte dos outros não é tão ruim assim, mas é uma grande e linda oportunidade de desenvolvermos o nosso autossuporte.
De pensarmos sobre nossas emoções e aprendermos a nutri-las, de olharmos para o nosso corpo e identificarmos o que ele está necessitando e enxergar nossa jornada e nos adaptarmos ao momento presente.
Morar fora: a jornada de quem não pode fracassar.
Desenvolvendo autossuporte
Para que você possa desenvolver o seu autossuporte eu reservei algumas orientações práticas. Elas te auxiliarão a se perceber, reconquistar sua autonomia emocional e reestabelecer sua relação com você mesmo, vamos a isso:
- Separe um tempo para você, aproveite para perceber o que seu corpo físico está lhe dizendo. Onde foi? O que está tenso? O que precisa de relaxamento?
- O que sua mente tem trazido à consciência todos os dias? Não finja não perceber, ela não tolera desatenção.
- Após olhar para sua mente e corpo físico, faça uma lista de ações para dar a devida atenção às coisas que precisam ser alteradas.
- Reorganize seu espaço em casa, muitas vezes parte do nosso caos interno é gerado pela falta de ordem externa. Proporcione sua paz.
- Faça uma lista das pendências físicas e emocionais. Encontre uma ação para cada uma delas e no seu tempo, as concretize.
- Aprenda a confiar na sua sabedoria, inteligência e experiência da vida. Se um pilar destes está frágil, fortaleça-o.
- A autorresponsabilidade é uma arte, como está sua maestria diante dela? A vida adulta nos convida a acolhermos e dar a ela o devido espaço.
- As pessoas a sua volta te fazem sentir mais seguras ou inseguras? Elas devem lhe influenciar para sua evolução e não ao contrário, lembre-se disso.
- Como vai o cansaço? Se esse é o seu sobrenome, então não entendeu o que é viver no exterior. Desfrute da vida que sonhou em viver.
- Como vai a terapia? Se achas que não precisa ou segue procrastinando o início deste processo, então talvez você precise olhar para seus resultados com mais atenção e generosidade.
Portanto, que possamos ser o nosso autossuporte onde quer que estejamos. Assim nos libertaremos de qualquer dependência emocional e seremos verdadeiramente livres. Se trate com carinho.
Seu plano migratório está alinhado à cultura que deseja viver?
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