Como está sua a bagagem emocional no exterior? Autoconhecimento e consciência sobre a própria vida são ingredientes fundamentais para morar fora.
A depender da cultura em que vivemos talvez a sobrecarga de informações, falsas necessidades de pertencimento e uma percepção distorcida das nossas próprias necessidades, podem dificultar a nossa jornada até aqui. O que levamos em nossa bagagem emocional fala muito a nosso respeito e pelo caminho que passamos, olhar com atenção para cada item que possui te auxiliará a se sentir mais confiante e seguro, durante o seu caminhar, onde quer que você esteja.
Bagagem emocional no exterior: a sua facilita ou atrapalha vida?
Neste texto de hoje preciso me desculpar pela ausência das últimas semanas, estive imerso em um novo projeto e que dentro de algumas semanas você irão conhecer. Procuro ser muito dedicado a tudo que faço e desta vez não seria diferente. Escrever para vocês semanalmente é algo que faço com muita intenção e de coração, então escolhi estar distante para retornar inteiro para vocês.
Morar fora nos remete a bagagem, seja ela física, espiritual, intelectual, financeira, profissional e emocional. Hoje vamos nos dedicar a talvez a mais importante de todas, a emocional.
Cada vez estamos com mais pressa, os dias vão passando e quando nos damos conta já estamos no fim do mês. Parece que estamos tão desconectados da realidade e pensarmos em nós mesmos e no que estamos fazendo virou uma realidade distante e muitas vezes utópica.
Para saber se esse é o seu caso, então pense comigo: Quais os sinais que seu corpo vem lhe dando; dor nas costas, desconforto nos joelhos, insônia, queda de cabelos…? Você consegue escutar o que as pessoas compartilham com você? Sua memória tem lhe pregado peças?
O cansaço chegou para ficar ou ele vai embora de tempos em tempos? Muitas vezes o nosso baixo autoconhecimento não nos permite olhar para nós e compreender que algo não está bem, por isso é tão importante aprendermos a nos relacionarmos com a gente mesmo.
Cultive a paciência ao longo do caminho
A mala de ferramentas do eletricista
Nos últimos dias o meu forno deixou de esquentar e ao receber um eletricista, aqui no Porto, em Portugal, pude acompanhar um pouco do trabalho dele e consegui observar que ele trazia uma mala cheia de ferramentas.
Quem me conhece um pouco melhor sabe o quanto sou organizado, sistemático e gosto de cada coisa em seu lugar. Ao olhar para o conteúdo da bagagem dele comecei a me perguntar, “como ele faz para encontrar o que precisa, se está tudo bagunçado…? Talvez ele nem precisasse levar tudo isso, o que deixa a jornada dele pesada e mais cansativa…
Se as ferramentas estivessem organizadas por departamentos e por trabalho, talvez ele conseguisse resolver os trabalhos em menos tempo e ter mais liberdade para descansar e fazer o que gosta…”.
Claro que compreendo que essa é a minha forma de ver o mundo e que consigo ser assim, porque de alguma forma isso me faz bem e se conecta com quem sou. Jeito esse que não precisa ser igual para todos e que bom que as pessoas são diferentes.
Gostaria de aproveitar esse contexto para lhe perguntar, o que você tem levado em sua bagagem emocional? Suas emoções e sentimentos são conhecidos por você e estão organizados? As pendências emocionais estão sendo resolvidas ou acumuladas?
O desconforto e a ousadia de morar fora
Morar fora nos coloca em um local de completo desconforto, parece que quase nada nos é familiar, que nos sentimos inseguros a todo mundo e que certas realidades só existem em nossa cabeça, você também já passou por isso?
Ter emoções e sentimentos bem trabalhados vão lhe auxiliar a viver no exterior com mais autenticidade, originalidade e acima de tudo, consciência. Ao conhecermos os benefícios das emoções alinhadas e do bom relacionamento com nossos sentimentos, nunca mais nos afastamos desse lugar de clareza mental e emocional.
A bagagem do eletricista é um convite a olharmos para nós, o que carregamos facilita ou atrapalha a nossa jornada?
Aprenda a ser o seu autossuporte no exterior.
Aliviando o peso
Aqueles que gostam de viajar sabem que ninguém merece arrastar uma mala pesada pelos aeroportos, manter uma mochila cheia nas costas e por vezes não ter mãos para dar conta das próprias sacolas. Alguns seres mais evoluídos já conseguem fazer pequenas viagens com malas de mão e muitas vezes apenas com uma bolsa nas costas.
Quando decidi colocar o pé na estrada e mudar de país lá em 2019, eu precisei deixar muitas coisas para trás, embarquei com duas malas de 23kg, uma mala de mão de 10kg e uma mochila nas costas, por mais exagerado que isso possa ser, era o que meu Eu do passado achava importante.
De lá até cá venho fortalecendo uma essência minimalista e essencialista, abrindo espaço para o que é verdadeiramente importante e me atendo aquilo que é essencial. Morar fora me ajuda a compreender que a vida pede fluidez e esse é um exercício árduo.
Seu plano migratório está alinhado à cultura que deseja viver?
Como deixar a bagagem emocional no exterior mais leve
Então desta vez, diferente do que costumo fazer, vou compartilhar cinco dicas que me ajudaram a deixar a minha bagagem emocional no exterior mais leve e fluída:
- Desapegar da necessidade de agradar e ser melhor percebido é libertador, assim aprendemos a relaxar nossa mente e a não nos esforçamos para pertencer;
- Redefinir a percepção sobre o que é ser bem-sucedido me ajudou muito, hoje consigo compreender que essa realidade tem mais a ver com equilíbrio do que com posses;
- Desapegar daquilo que te impede de avançar é uma estratégia interessante, quanto menos possuirmos, mais livre seremos;
- Aprendi que as pessoas não se importam tanto assim umas com as outras, ter isso em mente te trará paz interna;
- Não se apresse tanto, organização e planejamento vão te auxiliar a viver uma vida plena e possível.
Portanto estamos todos em uma viagem, todos com o mesmo destino e todos com suas bagagens, a única coisa que podemos fazer diferente é escolher como passar por essa existência, aprenda a cuidar melhor de você mesmo.
Morar fora: sua partida não precisa ser para sempre.
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