Aqueles que decidem morar fora precisam estar consciente de suas escolhas para viver uma experiência migratória emocionalmente saudável. Como seria sua vida se tivesse feito escolhas melhores no passado?
Aqueles que pensam que morar fora é tudo às mil maravilhas, engana-se! Viver longe da própria cultura pode ser, para grande maioria das pessoas, um desafio gigantesco, afinal de contas, tudo ao nosso redor nos parece pouco familiar, a depender da cultura em que escolhemos viver. Escolher é um poder que todos nós temos, sem exceções, uns mais do que outros, mas cada brasileiro no exterior tem a chance de eleger o que é melhor para sua vida. O segredo para sentir-se pertencente ao país anfitrião é saber fazer escolhas as quais lhe conduzam para uma vida próspera e fluída.
Como seria sua vida hoje se tivesse feito escolhas melhores no passado?
Você já parou para se perguntar como seria sua vida hoje se tivesse feito escolhas melhores no passado? Eu escolhi essa temática desta vez porque cada vez mais tenho conhecido histórias de pessoas que estão insatisfeitas com suas vidas no momento presente.
Os casados não querem estar casados, os solteiros não querem estar solteiros, os pais gostariam que seus filhos fossem diferentes. Os filhos desejam que seus pais se adaptem a nova forma de existir, as empresas estão cada vez mais exigentes nos recrutamentos de seus candidatos e os profissionais vivendo uma exaustão sem precedentes.
Preciso convir que os exemplos acima representam uma parte da população, mas quando olhamos direitinho, parece que viver a nossa vida tornou-se um fardo. Peso esse que começamos a carregar sem perceber, em uma fase em que nos faltava sabedoria, entendimento, conhecimento e acima de tudo, autoconhecimento.
Que tal fazermos um exercício agora, juntinhos? Vamos lá, pegue um papel, uma caneta e comece a escrever cada insatisfação que você identifica em sua vida. Caso prefira pode fazer isso por quadrantes: Profissional, Financeiro, Social, Relacional/Afetivo, Espiritual e Saúde. Após organizar essa parte tente perceber o que trouxe você até o estágio em que se encontra.
Esse exercício pode levar um tempo e é importante que o faça com calma, tranquilidade e em silêncio. O objetivo final é identificar onde o caos e insatisfação que vive começou. Ou seja, quais foram as escolhas do passado que lhe trouxeram até aqui…
Reclamações no exterior podem revelar sua má adaptação no país
Olhando para o passado
Aqueles que optam por morar fora olham sempre pelo retrovisor da vida; a profissão que tinham, os amigos que possuíam, a família que preenchia, as finanças que cultivavam, os prazeres vividos, a liberdade conquistada e a influência adquirida… Olhar para trás pode ser para sentir saudades ou para avaliar o quão bem podemos estar hoje, nunca esqueça disso.
Em psicoterapia eu sempre faço essa viagem com meus pacientes que vivem no exterior, regressamos ao passado para compreender o que trouxe cada um deles até aqui. O porquê cada escolha foi feita, o que os motivou e quais foram as influências que receberam para viverem o momento presente.
Ser acompanhado por um profissional que entenda de interculturalidade e que também seja um imigrante faz toda diferença. Afinal de contas, estudar questões migratórias e vivê-las é uma união essencial para compreender aqueles que chegam buscando ajuda e acolhimento.
Não dependa de ninguém no exterior
Escolhas melhores: Uma viagem perigosa ao passado
Olhar para o passado é uma viagem perigosa, pois existem alguns lugares que não podemos nos demorar e existem outros nos quais devemos nos concentrar. Certamente você já ouviu a frase “o passado não pode ser alterado e deve ser intocado”. Ela pode fazer um pouco de sentido se você desejar não se olhar integralmente, mas quando fazemos esse exercício acompanhado por um profissional os resultados alcançados são completamente diferentes.
Será que você já se deu conta da quantidade de padrões de comportamentos que você repete ao morar fora? Para ficar ainda mais claro, vou trazer alguns exemplos: O fato de ter sido traído ao longo da vida, acredita que todos vão lhe trair, logo evita relações profundas.
Por ter vivenciado negligências e abandono quando pequena, então busca a todo momento aceitação das pessoas. Como ninguém o ajudou ao longo da sua vida, logo escolhe ser cada vez mais autosuficiente para que ninguém perceba o quanto sente falta de auxílio e atenção…
Essas são realidades clássicas que quando não trabalhadas podem gerar sérios comprometimentos na fase adulta. Compreende agora por que precisamos olhar para o nosso passado para termos a chance de refletirmos sobre nossas escolhas e porque vivemos o que vivemos?
Quando tudo parece estar bem no exterior, mas não está…
Virando o jogo no presente
Se você segue insatisfeito com sua vida, com humor deprimido, sem ânimo, ansioso, estressado. Com pensamentos negativos, quase sem esperança e pensando em jogar tudo pro alto, então eu separei algumas orientações que certamente farão a diferença em sua vida:
- Após compreender suas escolhas, chegou o momento de deixar de ser refém delas, adquira conhecimento para fazer novas escolhas;
- Quanto mais você entender quem você é, melhor serão suas escolhas daqui pra frente;
- Liberte-se da realidade que não faz mais o mínimo sentido, chega de ser fiel ao que não lhe representa no aqui e no agora;
- Sabedoria e experiência são conquistadas ao longo do tempo, busque-as a todo momento, isso fará uma incrível diferença ao morar fora;
- Cuidado nos lugares que insiste em permanecer, muitos deles só reforçam aquilo que você não deseja mais ser;
- “As más companhias convertem os bons costumes”, se sua avó não lhe disse isso, então você já deve ter ouvido de outra pessoa, não ignore aqueles que têm influência sobre você;
- Pensamentos não são fatos, por isso tenha cuidado com sua imaginação, talvez ela esteja lhe atrapalhando;
- Reforce sua espiritualidade, muitos a negligenciam sem se darem conta que ela é uma área essencial para nos sentirmos pertencentes ao morarmos fora;
- Por fim, aprenda a se tratar com o devido respeito, talvez seja isso que esteja faltando.
Portanto, espero de forma muito genuína que você possa desfrutar de uma vida autêntica no exterior, sem reservas e sem sentir-se perdido. Aprenda a lidar com você mesmo e não aceite nada menos daquilo que você merece. Afinal de contas, se não acordarmos amanhã, que possamos ter vivido uma vida inspiradora hoje!
Está tudo bem as coisas não estarem bem no exterior: como lidar com a frustração
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