Estar acompanhado morando fora nem sempre será uma boa opção. Todos podem ter esse risco? Como lidar com o fim do relacionamento no exterior.
Se tem uma coisa a qual muitos de nós não estamos preparados é para o término do nosso relacionamento quando estamos morando fora. São tantos planos e tantos sonhos, que nossa mente bloqueia qualquer possibilidade de frustração de tudo o que planejamos e ansiamos. Estar acompanhado pode ser uma boa quando decidimos colocar o pé na estrada, mas nem sempre essa circunstância é saudável. Chegou o momento de avaliarmos nossas escolhas e verificarmos se realmente ainda estamos conectados, afinal de contas, estar apegado e dependente emocionalmente pode ser um perigo na nossa jornada migratória.
Fim do Relacionamento no Exterior: tipos de casais
Gostaria de apresentar a vocês quatro tipos de casais diante do processo migratório. Será que o fim do relacionamento no exterior pode acontecer com algum deles?
1) Casal no exterior com boa comunicação
O primeiro é aquele que possui uma boa comunicação, que conseguem se planejar bem, que construíram o plano migratório juntos, que alinharam bem as expectativas, quem fizeram uma boa reserva financeira e estudaram muito bem o país o qual estão emigrando.
Ao morar fora eles sentem-se confortáveis, pensam que fizeram a escolha certa, conseguem passar pelas adversidades de uma maneira madura e pelo bom alinhamento que possuem, conseguem ser resilientes e flexíveis.
2) Relacionamento no exterior: o casal que não consegue ter diálogo
O segundo casal é aquele que não possui uma boa comunicação, que lidam com tudo na base do achismo, “acho que ele está pensando isso…”, “acho que ela está com raiva…”, “penso que talvez a melhor coisa a se fazer é ir por esse caminho, mas não vou alinhar com ele (a), porque já sei como ele (a) é…”.
Eles acreditam que para morar fora não precisam se planejar, porque tudo no passado deu certo, mesmo aos trancos e barrancos. Eles não possuem reservas financeiras, pois não sabem se estarão por aqui amanhã, então se concentram em viver o aqui e o agora e com isso pensam que quando chegarem no novo país, vão rapidamente encontrar trabalho e prosperarem, afinal de contas, essa é a história que eles acompanham nas redes sociais.
Realinhando o relacionamento para colocar o Pé na Estrada.
3) Casal à beira do divórcio
Na terceira posição está aquele casal à beira do divórcio, o respeito já não existe mais, as agressões psicológicas são constantes e ao longo dos anos eles acabaram se acostumando com essa realidade e para ninguém soltar a mão de ninguém, eles se agarram ao ditado “todo casal briga e relacionamento é assim mesmo…”.
Eles decidem colocar o pé na estrada por compreenderem que o relacionamento não vai bem por conta do país em que eles vivem, então pensam que alterando essa realidade, eles viverão dias incríveis, harmoniosos e pacíficos.
Planejar, organizar e mensurar, não faz parte do repertório da vida deles, afinal de contas, são tão intensos que não há espaço para isso, principalmente ao decidir morar fora.
Instabilidade emocional pode comprometer seu plano migratório.
4) Casal de países diferentes: Casais binacionais
Por fim, mas não menos importante está o casal intercultural, ou seja, aquele que é composto por nacionalidades diferentes, um brasileiro e uma portuguesa, por exemplo. Eles se conheceram pelo aplicativo de relacionamentos, passaram as férias juntos e chegaram à conclusão que um nasceu para o outro e que precisam se unir para viver a vida que sempre desejaram. Então de malas prontas eles decidem ser imigrantes em outro país, bem diferente do que estão acostumados.
Eles não entendem nada sobre morar fora, tampouco sobre a dinâmica intercultural, pois estão conectados ao amor e boas energias, acolhendo o que o universo os trará.
Separação morando fora, e agora?
Fim do Relacionamento no Exterior: Possibilidades de Sucesso e Fracasso
Após uma rápida apreciação destes perfis, qual deles tem chances de “fracassar” afetivamente? Todos eles! Não há imunidade para o fim dos relacionamentos, estamos sempre sujeitos a passar por isso, principalmente quando decidimos morar fora.
Os exemplos fictícios que eu trouxe para vocês, é para podermos compreender diferentes realidades e como alguns têm mais chances de prosperar do que outros.
Os relacionamentos precisam ser levados a sério, sem falsas expectativas ou ilusões. A maturidade é essência quando decidimos viver em outro país e estar preparado para não estar acompanhado é uma realidade essencial. Por vezes acreditamos que tudo será para sempre e que bom se fosse, mas olhar para isso com sabedoria nos livrará de grandes apuros, principalmente se estivermos distantes dos nossos.
Compreenda que o processo migratório exigirá de todos nós um planejamento individual, o qual precisamos ter clareza sobre o que, como, porquê, quando e onde, faremos tudo o que desejamos. Se você está fazendo seus planos associado a outra pessoa, pare agora e comece a criar os seus próprios planos.
Após o exercício individual, poderemos pensar no plural, afinal de contas, todos nós podemos fazer novas escolhas ao acordar e com isso podemos deixar de ser uma prioridade na vida do outro. Caso isso aconteça, seria trágico se você não estiver preparado, não é?
Eu quero ficar no exterior, mas ele (a) quer voltar e agora?
Somos livres para escolher
Dentro dos relacionamentos todos nós somos livres para escolher, seja estarmos juntos ou separados, mas não há sensação pior do que não podermos mudar de decisão porque a vida do outro está tão atrelada à minha, que seria injusto da nossa parte modificar antigos combinados.
Outro exercício que devemos fazer é compreender que ninguém merece se sentir obrigado a estar ao nosso lado e é pensando nisso que precisamos estar preparados para partir, sempre que necessário. Morar fora nos traz essa liberdade, nos traz essa leveza, nos traz esse direito, de estarmos onde nos sentimos bem.
Não quero mais viver no exterior, mas meu parceiro quer e agora?
Morar fora coloca todos os relacionamentos em estado de alerta
Morar fora coloca todos os relacionamentos em estado de alerta, para priorizarmos o tempo de qualidade, para aprendermos a respeitar as diferenças, para termos atenção às necessidades do outro e a olharmos para nós com generosidade e tolerância.
Estarmos acompanhados pode ser uma boa, mas às vezes pode deixar de ser, que possamos refletir sempre o que é melhor para nós e por amor ao outro, por vezes, o melhor a fazermos é nos retirarmos.
A vida passa muito rápido para nos privarmos de ser quem somos e de nos anularmos para caber no mundo dos outros. Colocar o pé na estrada ou não, morar fora nos inspira a sermos de verdade, nos convida a vivermos relacionamentos inteiros e a não deixar na mão do outro aquilo que só cabe a nós fazermos, sermos felizes.
Leia também: Não espere ter no exterior a mesma vida que você tinha em seu país.
*Caso você deseje me acompanhar pelas redes sociais, sugerir novos conteúdos e conferir mais dicas como essas, acesse o meu Instagram. Fale comigo também pelo WhatsApp.*Ouça também o Podcast Partiu Morar Fora, disponível no Spotify: