Morar fora la longe todo mundo e feliz
Foto: Reprodução Pixabay

Mas acredite: a distância engana… e muito! Lá longe todo mundo é feliz, mas é de perto? Será que somos felizes o tempo todo.

*Texto atualizado em 21 de julho de 2022.

A vida moderna se resume a falsos sorrisos, cabe com espaço de sobra na ideia de que todo mundo é e está sempre feliz. Para quem mora fora isso parece ter outros significados, pois lá longe todo mundo é feliz. Será?





Morar fora: lá longe todo mundo é feliz

Quando partimos para morar fora, carregamos uma responsabilidade gigante. Digo isso porque precisamos atender às expectativas de quem nos ama e “dar certo”, porém também queremos e precisamos, por orgulho próprio, provar para quem nos inveja que somos capazes, apesar de todas as adversidades.

E seguimos assim. Acordamos cedo, imprimimos currículo, nos esforçamos no novo país, queremos que aquilo tudo, que a experiência de morar fora, seja bem sucedida. Batem muitas portas na nossa cara, precisamos nos mudar mil vezes na mesma cidade, levamos tempo para encontrar os parceiros ideais e que dividem o apartamento, mas somam na nossa vida.

A despesa é alta, o emprego é puxado, o frio corta a cara de manhã cedo, a chuva parece que nunca vai parar. Nossa cama teima em nos agarrar, mas corajosos que somos, enfrentamos tudo isso que disse e matamos, tranquilamente, dez leões por dia ou até vinte.

Vez ou outra, quando postamos em nossa rede social, sorrimos. E sorrimos porque queremos que aqueles que nos amam matem a saudade e nos imaginem felizes. Sorrimos porque boleto, demissão, perrengue com o idioma e ralação não cabem num post qualquer.

Leia também: Morar fora: quando os novos ares não ajudam.

A vida não é o Instagram

Porém, a realidade é que, assim como quem fica não quer nos contar tudo nos mínimos detalhes para que a gente não se preocupe, nós também omitimos muita coisa. E omitimos para preservar. Sofremos, ralamos, nos ferramos e tudo isso em silêncio para não agregar preocupação com saudade em quem deixamos para trás.

A real também é que aqui fora são poucos os que sabem ouvir. Como a vida é muito corrida e como tudo parece que acontece ao mesmo tempo, para além da falta de intimidade, não queremos e nem encontramos muito espaço para abrir o coração para pessoas que estão praticamente na mesma condição do que nós.

E já diz o ditado que “cada um sabe onde o calo aperta”. Então engolimos o choro, buscamos a paz através de uma oração ou fazendo uma caminhada e tentamos arrumar o motor do carro da vida com ele em movimento. Não podemos parar, não dá, não temos nem muito tempo para isso.

A verdade é que morar fora nos fez crescer e nos amadureceu na porrada, porém também está nos ensinando a sofrer em silêncio, a controlar as emoções e a desenvolver a resiliência. Afinal de contas, morar fora é como se fosse um supletivo da vida onde fazemos cinco anos em apenas um.

Morar fora: desistir não está nos planos.

Você vai viver experiências intensas

E é isso que torna o morar fora tão mágico. Quando a gente vai nem faz muita ideia de quem a gente é, mas quando chegamos lá é que temos certeza de que apenas estamos no alicerce da nossa construção enquanto pessoas. A gente nem imagina, mas se joga de cabeça e mergulha num mundo cheio de experiências mágicas e intensas.

Morando fora há alguns anos, me sinto na obrigação de dizer que lá longe todo mundo parece feliz, mas a bem da verdade é que todos nós temos problemas. E o grande segredo para continuar jogando o jogo da vida é como lidamos com os inevitáveis problemas que surgem.

Morar fora: um texto para ela.

Longe todo mundo é feliz, mas deixou um pedaço do coração

Se você partiu para morar fora, não pare de postar fotos sorrindo. Acredite, isso é um bálsamo para quem ficou e nos ama tanto. Para os que ficaram, saiba que em tempos de WhatsApp ligação é ouro. Liga ou deixa a gente ligar, investe uns minutinhos para que a gente reforce os nossos laços, para saber um pouquinho da nossa vida e contar um pouco da sua.

A gente só foi morar fora, mas deixou um pedação do nosso coração aí. Aliás, a gente deixou uma parte do coração, mas trouxe também um pedaço do seu. Apesar de tudo a gente está feliz, só ainda não aprendeu direito como que faz para sofrer em silêncio sem enlouquecer.

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*Ouça também o Podcast Partiu Morar Fora, disponível no Spotify e em diversas plataformas:



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Cláudio é brasileiro e mora em Portugal desde 2014. Mestre em Ciências da Comunicação e Doutor em Estudos de Comunicação, é apaixonado por rock and roll e conheceu o beatle Paul McCartney pessoalmente. Sempre com uma boa história na ponta da língua, escrever é uma de suas paixões. Cláudio é autor do livro “Morar fora: sentimentos de quem decidiu partir”.

1 comentário

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    Me identifiquei tanto com seu texto! Moro fora do Brasil há quase 8 anos, 2 anos em Moçambique e 5 e meio na Turquia, eu tinha 21 anos quando saí do Brasil e fui forçada a amadurecer na porrada como vc disse rsrsrs mas hoje vejo o quanto isso me fez expandir meus horizontes, apesar de muita ralação e talvez não ter alcançado aquela estabilidade financeira que poderia ter alcançado se tivesse ficado quieta no Brasil, jamais me arrependi das minhas escolhas pois elas me levaram a ter outra visão de mundo!

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