pessoas que você precisa remover do seu barco
Pessoas que você precisa remover do seu barco – Foto: Canva.

Não mantenha ao seu lado quem atrasa sua jornada. Quem são as pessoas que você precisa remover do seu barco?

Só quem já colocou o pé na estrada sabe como é desafiador ter alguém ao lado que mais atrapalha do que ajuda. Enquanto estamos remando focados em uma única direção há aqueles que não remam, tampouco estão atentos ao destino final. Experiência essa que além de nos deixar sobrecarregados, nos distrai dos nossos objetivos. Esse texto é para você que sabe aonde quer chegar e para você que está perdido e não se deu conta ainda. 

Quem são as pessoas que você precisa remover do seu barco?

Estou no exterior há mais de seis anos e já vi muita coisa ao longo do caminho. Coisas que me encantaram e outras que me decepcionaram e talvez a circunstância mais desafiadora de compreender é como algumas pessoas são especialistas em atrapalhar a nossa jornada. Muitas delas não estão conscientes do prejuízo que causam. Mas existem outras que fazem disso um hobby, isso mesmo, uma prática esportiva. 

Aquelas que não estão cientes do que fazem são do grupo dos desconectados da realidade, não possuem opinião sobre nada e interesse quase nenhum pelos assuntos ao seu redor, sejam eles as atravessando ou não.

Algumas características típicas: Não conhecem o próprio propósito, no trabalho só fazem o que fazem por dinheiro, não gostam de ler, evitam conhecer novas pessoas, dispensam boas leituras, a busca por cultura é quase inexistente e se sentem cansados a todo tempo. 

Aqueles que atrapalham os outros de caso pensado possuem um perfil diferente, elas gostam de dar opiniões, acreditam que o que pensam e fazem sempre está correto, pouco se importam com o que os outros tem a dizer. Evitam se relacionar com pessoas atentas umas às outras pelo receio de serem descobertas e quase sempre se envolvem com fofocas, se encarregando do papel de repassar as informações e não deixar que nenhum detalhe se perca no meio do caminho. 

O que ambos os perfis têm em comum é a necessidade de aproximar-se de pessoas com um perfil realizador, que possuem força de fazer acontecer, que são consistentes, persistentes, corajosas, ousadas, criativas, expansivas e bem articuladas. Afinal de contas, quando não sabemos o que fazer ou por vezes temos preguiça, precisamos nos unir com pessoas que representem o nosso extremo oposto. 

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Pessoas que você precisa remover do seu barco: Homem ao mar

Chegou o momento de anunciarmos “homem ao mar”. Isso mesmo, ao morar fora a vida vai passando e ela pode ir ficando mais difícil, isso se dá pelas escolhas erradas que fizemos, pela sobrecarga ao longo do caminho e pelas sociedades que fizemos durante a nossa permanência no exterior.

Se imaginarmos que estamos todos em um barco, é suposto que cada um exerça uma função, assim ninguém se sente sobrecarregado e todos conseguem chegar juntos ao mesmo destino. 

Mas talvez você esteja refletindo nesse momento, porque continuo atraindo pessoas que só me exploram, atrapalham e estão desalinhadas do meu propósito existencial? A palavra que melhor define esse comportamento é a carência!

Isso mesmo, estamos tão carentes de atenção, de sermos vistos, valorizados, reconhecidos, respeitados e admirados que acolhemos em nosso barco pessoas que nos nutrem momentaneamente, mas que a longo prazo só aumentam o peso na nossa vida. 

Quando não praticamos o autoconhecimento acabamos nos colocando em situações difíceis, principalmente quando decidimos morar fora, pois tudo à nossa volta pode nos parecer estranho e somos facilmente seduzidos por aquilo que nos lembra quem éramos ou quem talvez desejemos ser.

Pessoas que mais de atrapalham do ajudam

Se você ainda não se deu conta disso, gostaria que você tirasse uns minutos para pensar e refletir, talvez seja isso que esteja faltando há um tempo, não é? Se você sente que seu barco está repleto de pessoas que mais atrapalham do que ajudam, então aqui vão algumas dicas: 

  • Faça uma lista das pessoas que você acha que pode contar, reflita sobre a importância delas em sua vida e se de fato elas estão disponíveis para você;
  • Não tenha medo de convidar as pessoas a se retirarem da sua vida ou de se afastar de ciclos que não fazem mais sentido, seja respeitoso com você;
  • Há quanto tempo percebe que as pessoas não empoderam sua jornada e lhe ajudam no caminhar ao morar fora? Fazer uma análise temporal ajudará a perceber se a situação é antiga ou momentânea;
  • Posicione as pessoas nas caixinhas certas, nada de misturar. Você confunde quando esperar que um colega de trabalho se aconselhe sobre seu casamento e quando um amigo se oriente sobre as metas a conquistar na empresa e quando desacredito que um psicólogo não pode me ajudar; 
  • Não espere que os outros decidam se afastar, como eles possuem muitos benefícios ao seu lado, eles não o farão. Então o afastamento precisa partir de você, a parte que se sente incomodada e sobrecarregada;
  • Se você percebe que não dá conta de se afastar, um psicólogo intercultural deve ser consultado. 

Essas são algumas orientações práticas para facilitar a sua jornada migratória ao morar fora, para compreender o que está rolando e agir assertivamente diante da situação. 

Será que a ansiedade ao morar fora é realmente sua ou do ambiente?

Mas, quando o homem ao mar é você

Agora a casa caiu, hein? Talvez você seja essa pessoa que não rema junto, que dá trabalho, que atrasa a vida da galera e que tá nem aí pra nada, que caiu nesse mundo por acaso ou porque alguém que se importa com você te mandou.

Não importa como você chegou aqui, eu também tenho um recado para você. Caso sinta que precisa aprender como deixar de ser um peso na vida daqueles que decidiram morar fora e estão ralando para se manter fora do Brasil. 

O mais importante para você compreender daqui pra frente é, qual o seu papel no ciclo em que você está inserido. Quando você entende quem é e onde está, ficará mais fácil de se aproximar do que você precisa fazer.

Eu compreendo que em algumas circunstâncias a comunicação não é muito eficaz então ficamos com dificuldade de compreender a dinâmica. Mas que tal chamar as pessoas em volta para conversar e juntos redefinirem papéis?

Se ao seu lado tem alguém que faz muito e muitas vezes lhe atropela, isso sinaliza que os limites não estão bem estabelecidos. Ou seja, a pessoa não confia na sua capacidade e você deixa com que ela ocupe mais espaço do que deveria.

Vitor Luz, psicólogo intercultural.

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Merecemos ser felizes no exterior: reequilibre essa dinâmica

Para reequilibrar essa dinâmica você precisa pegar os seus remos e dizer ao outro que ela só vai até determinado lugar. E que daqui pra frente é com você, sem corpo mole e sem mimimi, hein!

Por fim, verifique se você está no lugar certo… Às vezes você não consegue performar bem porque está mal posicionado, ou seja, está em um lugar onde as pessoas esperam mais do que você pode entregar. Vive relações as quais possuem expectativas específicas sobre uma determinada performance sua ou simplesmente elas apostam tanto no seu potencial que esqueceram de lhe enxergar como verdadeiramente és. 

No barco da vida, que possamos manter aqueles que colaboram com a nossa jornada, afinal de contas, morar fora é uma decisão nossa e merecemos ser felizes no exterior. 

Vitor Luz, psicólogo intercultural.

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Vitor Luz possui formação em Jornalismo e Psicologia e ao longo da sua trajetória profissional pode se dedicar à busca de novos conhecimentos e fez uma formação em Inner Vision, Programação Neurolinguística – PNL e Certificação Internacional em Master Coaching Mentoring e Holomentoring – ISOR. Atualmente mora na cidade do Porto, onde aprofunda seus estudos em psicologia em um Doutorado na Universidade do Porto, além de possuir especialização em Psicologia Intercultural, proporcionando um acolhimento ajustado às necessidades daqueles que moram no exterior. Ele realiza atendimentos exclusivamente online, com clientes espalhados pela América, Europa, Ásia e Oceania, acolhendo imigrantes e expatriados brasileiros que busquem ressignificar perdas e aprimorar suas formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

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