A maior tumba circular do mundo, o túmulo do Imperador Augusto, será aberta ao público em março de 2021 em Roma. Confira!
O primeiro imperador romano, Augusto, assumiu o lugar de Júlio César e construiu um império que se estenderia do Reino Unido ao Egito. Em seu leito de morte disse: “Encontrei Roma construída de tijolos e a deixei de mármore”. Contudo, o imperador Augusto não foi exatamente reconhecido quando morreu no ano 14 e o seu túmulo um enorme mausoléu circular – o maior da cidade quando foi construído, ficou abandonado por séculos.
Maior tumba circular do mundo antigo
O telhado caído e os ciprestes que foram plantados ao redor crescendo como queriam demonstravam que o local histórico não era muito valorizado. Longe de ser o Coliseu ou o Fórum Romano que sempre foram cuidadosamente preservados, a maior tumba circular do mundo antigo esteve, na verdade, fechada ao público em grande parte dos últimos 80 anos.
No ano 2000 foi brevemente aberta durante a celebração do ano do Jubileu da cidade e fechada novamente em 2007 para investigações arqueológicas. Muitos esperavam que a maior tumba circular do mundo antigo fosse reaberta em 2014, para marcar 2.000 anos desde a morte do Imperador Augusto. Porém, finalmente e depois de uma restauração de 13 anos, vai voltar a ser aberta ao público em março de 2021.
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Uma reforma em grande escala
As restaurações, concluídas em duas etapas, custaram mais de € 10 milhões (dez milhões de euros). A primeira fase, financiada parcialmente pelo Ministério Italiano de Patrimônio Cultural e Atividades e pelas autoridades romanas, foi concluída em 2019. Já a segunda fase, financiada pela Fondazione TIM, o braço social da Telecom Italia, no valor de € 6 milhões (seis milhões de euros), concentrou-se nos espaços internos e na sua preparação para passeios.
Enormes obras estruturais para proteger o mausoléu foram realizadas e uma escada em espiral que leva ao telhado do monumento foi reconstruída. A Fondazione TIM também financiou a restauração do cemitério e o paisagismo ao redor do mausoléu. Até a praça externa, a Piazza Augusto Imperatore, está sendo reformada. Até agora, o mausoléu era uma espécie de rotatória, com carros estacionados ao seu redor, porém todas as obras devem terminar em dezembro de 2021.
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Grandes vizinhos
Não é a primeira renovação dos vestígios arqueológicos da área. Perto está o Ara Pacis, um grande altar cerimonial construído para celebrar o retorno de Augusto de suas campanhas na Gália e na Espanha em 13 A.C., com esculturas intrincadas da família imperial como parte de uma procissão.
Em 2006, o antigo pavilhão em torno dele foi substituído por uma estrutura de vidro e aço do arquiteto Richard Meier, que é mais uma obra de arte em si. O altar agora é visível do rio Tibre, com o mausoléu atrás dele. Augusto tinha grandes planos para seu túmulo e o imperador, que nasceu em 63 A.C. e assumiu o poder em 27 A.C., teve os trabalhos iniciados em 28 A.C., após sua vitória sobre Marco Antônio e Cleópatra na Batalha de Ácio, na época em que “Augusto” era apenas Otaviano – seu nome antes de se tornar imperador.
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Maior tumba circular do mundo revestida de mármore
Construída para ele e sua família, é a maior tumba circular do mundo antigo, com um diâmetro de quase 90 metros e uma altura de pelo menos 45 metros, pelo que se pode deduzir dos restos mortais. Contudo, apenas um terço do monumento original sobreviveu ao tempo. Seu tamanho gigantesco o tornava quase tão grande quanto a colina Pinciana nas proximidades, e estava situado perto do Tibre de modo a ser visível da maior parte da cidade.
Embora hoje pareça feita de tijolos, originalmente as paredes eram revestidas de mármore travertino, do qual apenas vestígios permanecem até hoje. Acredita-se que ela tenha servido como uma tumba por mais de 100 anos, antes que os registros fossem perdidos.
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De uma fortaleza a um anfiteatro
No período medieval, uma fortaleza foi construída sobre os restos mortais, mas foi destruída em 1241. Em seguida, a estrutura foi gradualmente desmontada, com o mármore sendo retirado para uso como material de construção. No século XVI, os proprietários de um palácio próximo transformaram o interior da tumba em um jardim.
Já na década de 1780 estava sendo usada como anfiteatro, com touradas e justas em exibição. No século 19 era coberto por um dome de vidro e usado para shows de teatro e já no século XX era utilizada como sala de concertos, o Auditório Augusto.
Porém, foi somente em 1936 que sua nova vida chegou ao fim, quando o regime fascista, que pretendia escavar e preservar o patrimônio da cidade, na tentativa de alinhar-se com a Roma Antiga, demoliu a cúpula e os edifícios modernos e surge a tumba mais uma vez. O trabalho de restauração foi interrompido durante a Segunda Guerra Mundial e reiniciado na década de 1950.
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Para visitar o mausoléu do Imperador Augusto
O site da maior tumba circular do mundo antigo será inaugurado em 1º de março de 2021 e, a partir de 22 de abril, as visitas incluirão elementos de realidade virtual e aumentada. Os ingressos para as visitas de 50 minutos, que serão gratuitas até 21 de abril, devem ser reservados antes da sua viagem para Itália.