Ansiedade migratória pode aumentar a sensação de estresse, medo e insegurança. Quando é hora de imigrar?
Em algum momento da vida a maioria das pessoas já pensou em morar fora e viver uma experiência fora do Brasil e se você não foi uma destas pessoas no passado, talvez esteja considerando essa alternativa nas últimas semanas. Sempre que nosso bem-estar, equilíbrio e paz são comprometidos, tendemos a tentar fazer novas escolhas e tomar decisões.
Esse ajustamento é necessário e muito bem-vindo, principalmente se não estamos satisfeitos com a vida que estamos levando. O movimento migratório surge como uma possibilidade de vivermos uma vida diferente e diante desta realidade é natural nos sentirmos ansiosos e inconstantes.
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Imigrar ou não imigrar, eis a questão
Ao longo dos últimos anos tenho acompanhado dezenas de brasileiros que buscam lidar com suas emoções e sentimentos, principalmente diante do movimento migratório. Já conversamos por aqui que morar fora não é melhor ou pior, é apenas diferente e cientes desta realidade nunca foi tão necessário desenvolvermos o nosso autoconhecimento.
Afinal de contas, compreender nossas razões, respeitar nossos limites e acolher as vulnerabilidades que são inerentes a nossa humanidade, é primordial para termos uma vida ajustada.
O último período eleitoral no Brasil, neste ano de 2022, possibilitou com que todos os brasileiros ao redor do mundo revissem suas vidas, tanto aqueles que desejam colocar o pé na estrada, quanto aqueles que já estão morando fora. Todos nós pudemos fazer uma retrospectiva do que vivemos, trouxemos o olhar para o presente para percebermos o que estamos vivendo e tentamos nos transportarmos para o futuro para tentar compreender o que nos aguarda.
Caso você tenha feito essa reflexão certamente se sentiu ansioso, temeroso e talvez estressado, reações essas naturais e compreensíveis.
Entender o que estamos sentindo é fundamental para que possamos nos acolher. Parece que estamos vivendo uma era em que não podemos nos sentir ansiosos, estressados, temerosos e inseguros.
Diante disto, te convido a olhar para você com mais carinho, com mais acolhimento e com mais afeto, porque certamente você já compreendeu que precisa se tratar melhor, principalmente quando o assunto são suas emoções e sentimentos. Pensar sobre isso nos conduz para compreendermos como o processo eleitoral pode afetar nossa saúde emocional (e saúde física), nossa forma de pensar e nosso comportamento migratório.
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Entenda como o período eleitoral pode afetar as emoções
Em 2020 foi realizado um estudo pela Associação Americana de Psicologia (APP), que revela que ao longo das eleições presidenciais dos Estados Unidos, aproximadamente 68% dos eleitores se mostraram vulneráveis no tocante a sintomas de transtornos psiquiátricos dado o clima de acirramento das eleições. Essa mesma pesquisa mostrou que os entrevistados encaravam a disputa da política como algo estressante.
A Universidade da Califórnia em San Francisco, nos Estados Unidos, também realizou uma pesquisa e constatou que estar do lado derrotado no pleito compromete a saúde mental. O estudo analisou informações de meio milhão de americanos e foi possível constatar que aqueles que residiam em Estados, onde grande parte das pessoas votaram em Hillary Clinton, que não teve êxito na disputa, perceberam mais transtornos quatro semanas após o período eleitoral em 2016. Ou seja, isso resultou em 54,6 milhões de dias a mais de estresse e depressão para os 109,2 milhões de adultos que vivem nos Estados que preferiram Clinton.
Outro estudo realizado nos Estados Unidos, desta vez pela Universidade do Estado da Carolina do Norte, revelou que aquelas que conseguem antecipar cenários sociais e econômicos e acreditam que vão encontrar-se estressadas com a política do próximo representante político, estão certas. O que nos leva a crer que tais pessoas costumam sofrer com mais situações estressantes, mesmo antes que tais circunstâncias se configurem, o que também conhecemos como antecipação de sofrimento.
Não encontrei dados significativos quanto a pesquisas e estudos realizados no Brasil, sobre eleições passadas, acredito que em alguns anos poderemos conhecer os dados do que estamos vivendo hoje.
Liberte-se de atender as expectativas dos outros.
Está na hora de mudar de país?
Boa parte dos brasileiros estão se fazendo a seguinte pergunta; “Chegou a hora de imigrar? Será que devo voltar ao Brasil? Acredito que a hora de mudar de país é agora? Talvez voltar ao meu país de origem chega uma boa agora?”. Estamos criando tantos cenários em nossa mente que parece que estamos encarando o movimento migratório como algo banal e simples.
Se você nos acompanha aqui há um tempo já sabe que colocar o pé na estrada para morar fora está longe de ser simples e podemos dizer que tudo isso pode ser bastante complexo.
Imigrar é um misto de “Deus me livre, mas quem me dera”, como versa a canção Quem me Dera, de Márcia Fellipe e Jerry Smith. Diante de um cenário de incertezas, poucas definições e completamente nebuloso, é aconselhável não tomarmos nenhuma decisão séria em nossas vidas.
Não foque no que deixará para trás, se concentre no que vai ganhar.
Planejamento para morar fora e imigrar
Morar fora exige planejamento, organização, estudo, paciência, flexibilidade e acima de tudo, consciência da tomada de decisão. Devemos fazer uso da nossa ansiedade e impulsividade para chegarmos onde desejamos, um dia de cada vez, sem passos maiores do que a nossa perna pode alcançar.
Se você se sente ansioso diante do processo migratório, aqui vão algumas dicas:
- Evita comparações, conecte-se ao seu propósito;
- Pare de olhar para jornada do outro achando que ele está muito bem obrigado, talvez não esteja;
- Faça uma lista das coisas que você deseja realizar, estabeleça prazos e pequenas metas, a ciência já comprova que quando temos a sessão de estarmos no controle, conseguimos lidar melhor com as circunstâncias;
- Liberte-se de ambientes ansiogénicos e relacionamentos que não te trazem paz, acredite, eles influenciam o seu bem-estar;
- Seja realista, tenha os pés no chão e busque o máximo de informações que você precisar para se sentir seguro;
- Não pense que precisa largar tudo para viver algo novo, faça sua transição de forma respeitosa a sua história;
- Você “Não é todo mundo”, acredito que alguém já usou essa expressão com você, não é? Que tal considerar neste momento?
Portanto, nunca vivemos um momento como o que estamos presenciando agora, então para cada dia a sua preocupação. Busque se conhecer, compreende suas razões, entender seus motivos e acolher seus receios. Chega de manter-se no modo automático, morar fora é uma jornada linda e merece ser tratada assim.
Leia também: Morar fora é uma alternativa ou sua última chance de viver algo diferente?
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