Independência e autonomia são os ingredientes essenciais para morar fora. Como está a sua dependência emocional no exterior?
Se você está lendo esse texto, significa que sua vida foi bastante impactada nos últimos anos e não importa a qual geração pertenças, todos nós fomos intimados a agir de forma diferente e um tanto criativos, afinal de contas, muitas das coisas as quais planejamos e ansiamos, não se concretizou. Morar fora nos convida a aprendermos a estar sozinhos, longe de tudo e todos, e por mais desafiador que isso possa ser, encarar essa realidade fará toda diferença quando o assunto é independência e autonomia emocional.
Dependência emocional pode comprometer sua vida no exterior
A dependência emocional se configura como um forte apego a outra pessoa, quando não imaginamos o nosso dia sem tal companhia ou quando deixamos de fazer certas coisas por simplesmente estarmos desacompanhados.
Essa circunstância é bastante desafiadora e nos coloca em vulnerabilidade, afinal de contas se precisamos de alguém para nos sentirmos inteiros e completos, isso significa que precisamos rever a forma que estamos nos relacionando.
Ser refém da companhia dos outros não é interessante e quanto mais cedo entendermos isso, melhor será a nossa experiência em morar fora.
Vitor Luz
Talvez você esteja se perguntando, “mas será que eu sou dependente emocionalmente de alguém?”. Então separei algumas situações para que você possa tentar se perceber:
- Já se levou ao cinema sozinho neste mês?
- Já foi curtir um bom café ou chá sozinho?
- Consegue ir às compras e confiar na sua própria opinião?
- Suas tomadas de decisões são baseadas em seu senso crítico e maturidade?
- Suas escolhas são alicerçadas no que acredita ser relevante?
- Seus conselheiros são importantes ou necessários?
- Já acolheu sua vulnerabilidade nesta semana?
- De que forma você percebe seus pontos a melhorar?
- Se você precisasse recomeçar sozinho em um novo país, como se sentiria?
Esses questionamentos são profundos e é importante que se dedique a cada um deles, de forma individual e compassiva. Se você não consegue ter um tempo sozinho, esse também é um sinal de que sua vida está repleta de compromissos com os outros e muito pouco com você mesmo.
Morar fora é sobre isso, é estar cercado de pessoas e ainda assim sentir-se sozinho e embora isso pareça dramático e um tanto poético, manter-se livre da dependência emocional vai te ajudar a ser mais livre e fluído.
Não esqueça de colocar o Autoconhecimento em sua bagagem.
Alicerces de liberdade no exterior
Se você deseja morar fora ou já está morando, sugiro fortalecer seu autoconhecimento, por meio dele poderás viver uma vida com plenitude e liberdade.
Julgo que dois alicerces fortes para sua liberdade migratória são a independência e a autonomia, a primeira é poderosa para te permitir ir e vir, independente de estar acompanhado ou não, a segunda te traz um forte empoderamento, para poderes discernir e escolher aquilo que é melhor para você, mediante suas crenças, valores e percepções sobre a vida.
Ser livre emocionalmente é o auge da vida do imigrante, quando decidimos morar fora é como se passássemos por um portal e uma nova vida se apresentasse, não necessariamente uma existência melhor, mas com certeza diferente.
A liberdade diante das relações e emoções é um direito nosso e todos nós temos o direito a vivenciá-la à nossa maneira, se você não sabia disso, gostaria que se apropriasse desta circunstância e a implantasse em sua vida. Imagine-se vivendo distante da expectativa dos outros, liberto das opiniões alheias e longe dos olhares os quais você se sentiu julgado no passado.
Liberte-se de atender as expectativas dos outros
Para alcançar esse estágio na vida você precisa começar a soltar as amarras do passado, distanciar-se de tudo aquilo que te limita, expandir sua consciência sobre uma nova vida possível e buscar viver dias repleto de novidades, afinal de contas, esperar coisas novas fazendo sempre as mesmas coisas, não te levará a lugares diferentes.
Ouça seu coração e seu propósito de vida
O segredo consiste em olhar para você, ouvir seu coração e fazer escolhas alinhadas ao seu propósito de vida, chega de atender as expectativas dos outros, vamos dar um basta a esse eterno auto sacrifício.
Quando falamos da autonomia voltada para emoções no contexto migratório quero que você se conecte ao processo decisório, a todas as questões de escolha e ao seu poder de conduzir-se para aquilo que sentes ser importante e essencial, ou seja, governar-se.
Quantas vezes transferimos esse poder às pessoas que amamos ou para aqueles que se demonstram mais experientes e evoluídos do que nós, não é mesmo?
A transferência de responsabilidade nos transporta para uma posição vulnerável o qual poderemos nos tornar reféns, o que a longo prazo cobra um preço muito caro.
Vitor Luz
Se ao se analisar você chegou a conclusão que perdeu sua autonomia e que se deixou levar pelas necessidades e vontade dos outros, tenho algumas orientações para você:
- Faça uma lista das principais coisas que gosta de fazer, viver e sentir.
- Antes de aceitar convites, decidir por algo ou se colocar em situações, separe um tempo para refletir, tente perceber se isso faz mesmo sentido para você.
- Como vai o exercício de dizer não? Ele é poderoso e vai te ajudar a estabelecer muito bem os limites, afinal de contas, para ser autônomo você vai precisar escolher por você mesmo, usando como instrumentos sua inteligência e experiência de vida.
- Por fim, acolhas os resultados que virão da sua nova postura, sejam eles bons ou ruins, isso fará parte do processo.
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Dependência emocional: Como ser independente emocionalmente
Ser emocionalmente dependente não é prova de amor, não deve ser considerado como uma espécie de honra, tampouco a devemos concebê-la como uma alternativa de manipulação para não nos sentirmos sozinhos.
Se você deseja colocar o pé na estrada ou se já está trilhando o seu caminho, busque entender que todos nós estamos sozinhos neste caminho, não importa quantas pessoas estejam à sua volta, viemos ao mundo sem ninguém e assim partiremos. Essa é uma realidade dura de se ouvir e talvez ela a impacte, mas reduzirmos o nosso processo de ilusão e fantasias, faz parte do nosso crescimento morando fora.
O caminho de Santiago de Compostela nos ensina muito isso, aqueles que já tiveram a oportunidade de trilhá-lo ou passar por alguns trechos, pode sempre contemplar os peregrinos seguindo seu caminho. Essa visão nos revela o quanto que cada um de nós possui uma jornada e não importa o que aconteça, precisaremos sempre seguir em frente.
O exercício de se tornar independente emocionalmente pode levar um tempo e talvez leve uma vida inteira, o segredo consiste em ter consciência do que precisa ser feito e encontrar formas de executar.
Busque estar atento às suas necessidades, aprenda a se relacionar com seus pensamentos, escute seu corpo, compreenda suas limitações, acolha suas falhas. Dependa cada vez menos da opinião dos outros, não espere aprovação ou apoio de terceiros, nutra bons pensamentos sobre seus progressos, tolere os dias maus e por fim, respeite o seu processo de amadurecimento.
Desafios de morar fora: até quando suportar?
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