Antes de concluir seu planejamento para viver fora, estude a cultura local para fazer as devidas adequações. Será que seu plano migratório está alinhado com o novo país?
Todos aqueles que desejam morar fora ou continuar morando precisam fortalecer um pilar importantíssimo quando o assunto é ser imigrante, a inteligência intercultural. Fazer planos para viver uma nova vida no exterior ou quem sabe mudar para outro país no mesmo continente, exige de cada um de nós uma percepção real sobre o que iremos encontrar e de que forma podemos ser quem somos neste novo lugar. Essa é uma temática muito importante e acredito que vai te auxiliar a perceber melhor a sua realidade e te ajudar a tomar decisões mais inteligentes, vamos comigo até o fim deste texto.
Seu plano migratório está alinhado à cultura que deseja viver?
A inteligência intercultural tem o alicerce em quatro pilares:
- Motivação: quando possuímos um interesse em interagir com pessoas de outras nacionalidades.
- Cognição: aqui nós nos aproximamos das normas da cultura que desejamos viver, ou seja, buscamos compreender as adequações sociais e tentamos nos adaptar a elas.
- Metacognição: é neste momento em que nossa compreensão e consciência se aproximam das ideias elaboradas a partir da perspectiva cultural daquele país.
- Comportamento: esse é um dos mais importantes talvez, que é quando aprendemos a nos comportar de acordo com os preceitos daquela cultura.
Para desenvolver e quem sabe até fortalecer a sua inteligência intercultural, você precisa buscar vivenciar experiências e culturas diferentes. Parece um pouco óbvio dizer isso, mas você já reparou se apenas ler sobre o país que deseja viver, assistir vídeos sobre as nuances culturais e passar alguns dias de férias por lá, não te trazem a dimensão necessária que você precisa para se sentir seguro.
A psicologia nos lembra que somos fruto do meio e isso quer dizer que somos influenciados o tempo inteiro, por tudo a nossa volta, logo, se não tivermos várias oportunidades de vivenciarmos culturas diferentes, a nossa original será sempre absoluta.
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Aprenda a conviver com as diferenças
Outra sugestão é conviver com pessoas de diferentes nacionalidades, assim sua percepção da realidade será expandida e não vais continuar achando que tudo aquilo que você pensa, sente e executa, faz completo sentido. Tendo em vista, que pessoas que pertencem a outras culturas, possuem comportamentos, crenças e formas de sentir, completamente diferente de você.
Se neste momento você está pensando que essa tarefa seja muito difícil, comece olhando ao redor, por vezes a nossa inflexibilidade é tão grande que chega a nos cegar para aquilo que está bem diante de nós. A depender de onde você viva, quando mudamos de bairro e vamos para cidades mais afastadas da capital, já conseguimos perceber uma mudança cultural, por menor que ela possa ser.
Desta forma, poderás trabalhar sua tolerância às diferenças, flexibilizar seus interesses e acima de tudo, compreender que não existe só a sua perspectiva sobre as coisas!
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Arrumando as malas
Se você ainda não saiu do Brasil e está na fase do plano migratório e do planejamento para morar fora, ufa! Essas informações vão te ajudar a ter uma jornada migratória ainda mais saudável. Eu já passei por essa fase e sei que ela é repleta de emoções, expectativas e diferentes tipos de medo e insegurança. Mas gostaria que você soubesse que nada nesta vida pode nos dar garantias.
O exercício de hoje consiste em nos organizarmos, planejarmos e fortalecer nossas emoções e partir para morar no exterior.
Existe um erro clássico entre muitos imigrantes brasileiros que decidem colocar o pé na estrada. Eles se organizam e planejam ter uma vida no outro país, parecida com a vida que tem no Brasil. Nós já conversamos sobre isso no passado, mas desta vez trago uma perspectiva diferente.
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Plano migratório: se prepare para morar fora, pesquise muito sobre o país
A depender do estado em que você viva e da mobilidade urbana da região, ter um carro próprio é uma necessidade e muitas vezes uma questão de segurança, mas na nova cultura em que você vai viver, ele é realmente necessário?
Se você está pensando em trazer todas as suas roupas para sua nova vida morando fora, você já verificou se suas opções para frio são compatíveis com a temperatura do novo local que desejas viver?
Se você vive em uma casa grande e confortável certamente essa experiência deve ser maravilhosa, mas antes de buscar uma habitação próxima desta realidade que você vive no Brasil, você já estudou sobre como as pessoas vivem no país em que desejas viver?
A limpeza das casas é um ponto sensível, no Brasil é muito comum contarmos com o apoio de profissionais que vão às nossas casas semanalmente e às vezes diariamente, mas como funciona essa questão onde você deseja morar?
Não ache que esses pontos são irrelevantes, porque eles não são e quanto menos preparados estivemos para lidar com essa realidade, mais mal adaptados estaremos. O erro consiste em desejarmos a vida que temos hoje no novo país que vamos viver, esse não é um discurso que você pode ou não ter o que tens hoje, mas é um lembrete que você não estará mais em casa e isso lhe exigirá ajustes internos.
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Malas desfeitas
Se você já desembarcou na nova cultura, espero que tenhas feito uma boa viagem e que seus dias estejam sendo incríveis. Gostaria que você soubesse que seu processo de aculturação neste novo lugar pode durar até dois anos. Tempo este em que vais viver um misto de emoções e se questionar sobre suas razões e escolhas, por isso o plano migratório é tão importante.
Os parágrafos anteriores não foram destinados especificamente para vocês, mas eles nos trazem algumas reflexões necessárias que podem te ajudar no seu dia a dia morando fora. Quem está de partida pode redefinir o plano migratório e você que já está vivendo no exterior, também pode fazer algumas alterações.
Adaptação no exterior
Por vezes o nosso estilo de vida, forma de ver a vida e modo de reagir às circunstâncias são incompatíveis com a cultura em que estamos vivendo e quanto mais resistirmos, mais estresse cultural vivenciaremos. Expressão utilizada para revelar nossa dificuldade de adaptação no novo lugar em que estamos vivendo.
- Olhe para você e depois olhe ao redor, o que existe em você que precisa ser flexibilizado para que você possa pertencer?
- O que tens insistido em fazer que não corresponde às normas do ambiente que escolhestes existir?
- O que tens feito questão de não abrir mão e achas que os outros precisam tolerar e lidar?
- Será que todos à sua volta precisam mesmo se adaptar a você e tudo aquilo que imagina que precisa ser?
Esses questionamentos não devem lhe conduzir a acreditar que você precisa deixar de ser você, mas pelo contrário, o que é esperado é que eles te auxiliem a se tornar a sua melhor versão e emocionalmente adaptada aonde quer que desejes pertencer.
Portanto, arrumando as malas ou as desfazendo, lembre que a inteligência intercultural é uma chave poderosa para sua vida no exterior. Ela vai fortalecer o seu autoconhecimento te auxiliará a chegar muito longe no seu plano migratório.
Quando se sentir desanimado, saiba o que fazer.
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