
Governo espanhol revela falhas como causas do apagão que atingiu Portugal e Espanha em abril. Saiba o que provocou o blecaute.
As causas do apagão de grandes proporções que deixou Portugal e Espanha no escuro no dia 28 de abril de 2025 foram oficialmente reveladas pelo governo espanhol nesta terça-feira, 17 de junho de 2025. A combinação de falhas técnicas e operacionais levou à instabilidade da rede elétrica ibérica, segundo informações da ministra da Energia da Espanha, Sara Aagesen.
O incidente causou diversos transtornos nos dois países europeus, incluindo congestionamentos nas principais cidades, paralisação de trens, semáforos desligados, falhas em elevadores e interrupções em serviços públicos e privados. Para brasileiros residentes na Península Ibérica ou que acompanham as notícias internacionais, o episódio levanta um importante alerta sobre a fragilidade dos sistemas energéticos mesmo em nações desenvolvidas.
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Causas do Apagão: erro de cálculo e falhas na resposta do sistema elétrico
De acordo com a ministra da Espanha, Sara Aagesen, a operadora espanhola Red Eléctrica de España (REE) cometeu um erro de cálculo ao não manter usinas térmicas suficientes em operação durante o pico de consumo. Isso gerou uma sobretensão na rede elétrica, desencadeando uma reação em cadeia que levou ao colapso temporário do fornecimento de energia.
“O sistema não tinha capacidade suficiente de controle dinâmico de tensão”, explicou Aagesen em entrevista coletiva em Madri, capital espanhola. Ela também descartou qualquer indício de ataque cibernético.
Segundo o relatório apresentado pelo governo espanhol, que será divulgado na íntegra, o problema foi agravado por falhas em usinas que deveriam, por obrigação legal, absorver a energia reativa e estabilizar a tensão da rede. Mesmo sendo remuneradas para esse tipo de operação, várias dessas unidades não atuaram conforme esperado no momento crítico.
Conforme apurado pelo jornal SIC Notícias, o sistema europeu opera com frequência de 50 Hz, sendo extremamente sensível a variações. Pequenos desvios, tanto para cima quanto para baixo, podem afetar a infraestrutura elétrica, exigindo respostas rápidas e coordenadas por parte das operadoras e das usinas.
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Repercussões e lições para o Brasil
O apagão na Península Ibérica serve como alerta também para o Brasil, que se prepara para mudanças importantes em seu setor energético. Nesta semana, o governo brasileiro anunciou que, a partir de 2027, consumidores residenciais poderão entrar no mercado livre de energia elétrica. A medida promete maior liberdade de escolha e redução de custos, mas também exigirá investimentos em infraestrutura e capacidade de resposta.
Atualmente, apenas grandes consumidores e, mais recentemente, empresas de médio porte podem negociar energia diretamente no mercado livre. Com a abertura total prevista, o desafio será garantir estabilidade e segurança, como ressaltado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
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Causas do apagão em Portugal e Espanha
O apagão de abril revelou vulnerabilidades no sistema energético de Portugal e Espanha, mesmo com monitoramento em tempo real e tecnologias avançadas. A falta de resposta adequada das usinas no momento crítico, aliada ao erro de cálculo da REE, foi determinante para a crise elétrica. Além disso, para os brasileiros que vivem na região ou acompanham de perto as notícias internacionais, o episódio reforça a importância da eficiência operacional, planejamento estratégico no setor elétrico.
Muitos brasileiros que possuem restaurantes, padarias e bares na Europa, também relataram ao site Vagas pelo Mundo grande preocupação com a perda dos estoques de alimentos e perdas financeiras com os estabelecimentos fechados durante mais de 11 horas.
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