Resiliência e flexibilidade podem ajudar qualquer imigrante a permanecer firme em seu propósito. Os desafios de morar fora são enormes.
São tantos “e se…” ao longo da nossa vida que realmente precisamos aprender a fazer escolhas. A depender do ambiente em que estamos inseridos, podemos ter mais ou menos segurança interna, fator esse que pode impactar a nossa postura face aos desafios da vida. Morar fora é uma jornada muito significativa e repleta de desafios, realidade essa que requer de todo imigrante muita resiliência e flexibilidade, afinal de contas, muitas coisas do que foi planejado e previsto, não se concretizará.
Desafios de morar fora: Até onde devemos suportar
Certamente você já leu o meu texto sobre luto migratório (caso não, confira) e minha reflexão sobre como podemos perder a identidade ao colocarmos o pé na estrada, nestas duas oportunidades eu trago duas realidades que você que deseja colocar o pé na estrada pode passar ou você que já colocou, pode estar passando.
Preparar-se para morar fora é imprescindível e essencial, nada é tão complexo quando a tomada de decisão de mudar de país e viver uma nova vida, dê a esse momento a devida importância.
Já falamos dezenas de vezes sobre os desafios de morar fora, mas até onde e quando devemos suportá-los? Em meu último texto eu conversei com vocês sobre como a saúde mental importa e que se sua experiência migratória não lhe permitir manter sua saúde mental estável, então você precisa reconsiderar.
Ao longo dos anos pude acompanhar a vida de muitos imigrantes enquanto psicólogo clínico e pude perceber que muitos brasileiros excedem seus limites de tolerância, paciência, autorrespeito, compaixão e amor próprio.
Como manter a Autoestima durante o processo migratório.
Ser imigrante requer muita resiliência e flexibilidade
Na iminência de permanecermos agarrados ao sonho de morar fora e as possibilidades que essa realidade traz, nos afastamos de quem somos e em um dado momento não nos reconhecemos. Ser estrangeiro na terra dos outros é uma posição que requer de nós resiliência e flexibilidade.
A primeira nos ajuda a nos reconfigurarmos diante daquilo que não controlamos e a segunda nos auxilia a entender que existe um tempo para todas as coisas e que talvez nada seja do jeito que pensamos.
Nos aproximarmos destas duas realidades é fundamental para que tenhamos uma vida com qualidade e talvez distante de qualquer adoecimento emocional.
Se você já está morando fora, então significa que você já vivenciou poucas e boas, não é? Situações de preconceito e discriminação, estão no topo da lista e se seus níveis de autoconhecimento, segurança interna e autoestima, forem baixos, então talvez você esteja há muito tempo reconsiderando ficar onde está.
O que realmente é essencial na sua vida?
Como suportar os desafios no exterior?
Se você está arrumando as malas para partir, certamente já viveu muitas situações difíceis, realidade essa que pode ser alguns dos motivos para sua partida.
O que emigrantes e imigrantes têm em comum, o desejo de uma melhor existência e é por isso que precisamos nos concentrarmos nas habilidades necessárias para vivermos o nosso sonho de maneira plena e saudável emocionalmente.
Aqui vão algumas dicas para suportar os desafios no exterior:
- Quais são seus objetivos? Ter a clareza dele te dá consistência.
- Suas metas estão bem definidas?
- Suas necessidades básicas são supridas todos os dias? Isso lhe ajudará a manter-se concentrado no que verdadeiramente importa.
- Suas companhias te ajudam a enxergar a vida com clareza? Aqueles que estão ao nosso lado podem nos influenciar negativamente e positivamente.
- A forma como você encara a vida é mais conectado à esperança ou à desesperança? Tudo depende da importância que nós atribuímos, esteja atento.
- Os desafios que você tem passado são maiores do que você pode suportar?
- O que seu coração lhe diz? Aprenda a se ouvir.
- Você está se sentindo cansado ou sua realidade deixou de fazer sentido?
- Como vai a terapia? O suporte psicológico é poderoso e nos ajuda a avançar.
A resiliência e a flexibilidade andam juntas quando decidimos morar fora, ter esse entendimento vai te ajudar a se desgastar menos, então separei algumas orientações para fortalecer cada uma delas:
Aprenda a valorizar o seu tempo sozinho.
Flexibilidade
- Busque vivenciar situações as quais não está acostumado, isso vai te permitir criar um novo repertório comportamental.
- Aprenda a criar diversos planos, se o principal não se cumprir, ative o próximo.
- Espero menos dos outros, isso te ajudará a criar menos expectativas.
- Trabalhe sua mente e corpo, tente pilates ou yoga, vai se surpreender com algumas limitações.
- Esteja preparado para dar certo e para não dar, assim será mais fácil de se refazer.
Resiliência
- Fortaleça seu autoconhecimento, quanto mais evoluído ele estiver, melhor se sairá morando fora.
- Nem tudo está acabado, tampouco é o fim, busque encontrar novas alternativas para as adversidades que se apresentam.
- Sempre quando pensar que não consegue, tente olhar por uma outra perspectiva, tudo é uma questão de ponto de vista.
- Se não conseguir fazer o melhor, faça o que puder e esteja em paz.
- Por fim, aprenda a reconhecer suas fragilidades e respeite o seu silêncio, ele é poderoso.
Morar fora pode ser mais difícil do que se imagina.
Desafios de morar fora: quando pedir ajuda e desacelerar?
Precisamos reconhecer que às vezes as coisas são tão difíceis, que não sabemos o que fazer. É neste momento que precisamos parar, nos afastarmos de tudo e todos, afinal de contas nossa mente está pedindo um tempo.
Somos péssimos em reconhecer quando precisamos de ajuda e quando o desacelerar é uma condição urgente. Estamos tão conectados ao que precisamos fazer, que esquecemos de nos ouvir. Busque estar atento às suas necessidades, tire um dia só para você, esteja presente e consciente, por mais desafiador que isso possa ser.
Morar fora sempre será repleto de desafios e suportá-los poderá ser uma escolha constante e por vezes necessária. Não há atalhos ou caminhos mais curtos, preparar-se emocionalmente é o segredo para prevalecermos. Que não nos excedamos, mas que não desistamos no meio da jornada por simplesmente não nos conhecermos e por duvidarmos de quem somos.
Compreenda que ser constante e disciplinado poderá te ajudar a avançar, mas que ser resiliência e flexível, tornará sua vida muito mais prazerosa, independente de onde você esteja.
Conecte-se sempre com sua melhor versão, trabalhe sua consciência, desenvolva novas competências e permita-se experimentar coisas novas, só assim se aproximará do que tanto procura.
Morar no Exterior: para cada escolha uma renúncia, os desafios de mudar de país.
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