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Colocar-se no lugar de quem migra é uma habilidade necessária e tempos de intolerância cultural. Como vai sua empatia migratória?
Aqueles que colocaram o pé na estrada ou pensam em colocar precisam conquistar a empatia migratória, uma habilidade poderosa em tempos cheios de incertezas e instabilidade. A cada ano o número de imigrantes internacionais aumenta ao redor do mundo. Essa realidade nos convida a compreendermos melhor de que forma alcançamos privilégios ou até mesmo se estamos ameaçados. O que acontece do outro lado do mundo não nos é alheio e nem pode ser, afinal de contas estamos todos conectados.
Como vai sua empatia migratória?
Entende-se por empatia migratória a capacidade de se colocar no lugar de pessoas migrantes. Desse modo, você pode compreender as dificuldades, emoções e desafios de se deslocar de um local para outro, muitas vezes em condições adversas. Descendemos daqueles que migraram para sobreviver e continuamos migrando em busca de uma vida possível.
Sou brasileiro e vivo no exterior desde 2019 e desde então vivo na pele tudo aquilo que um dia ouvi falar. Essa semana me peguei lembrando de um dos primeiros livros interculturais que li ao chegar aqui, “Morar Fora: sentimentos de quem decidiu partir” (Cláudio Abdo, Chiado Editora, 2017), do meu querido Claudinho Abdo, aqui do Vagas pelo Mundo. Essa obra retrata direitinho o que eu sentia na época, mas não sabia eu que todas aquelas palavras eram uma verdadeira orientação de como trilhar um caminho seguro morando fora.
Acredito que Claudinho quando o escreveu nem imaginava que suas palavras surgiriam como uma verdadeira empatia migratória, nos lembrando que não estamos sozinhos, tampouco abandonados. Nunca disse isso a ele, mas ele vai saber ao ler esse texto e espero que de alguma forma possa fazer sentido pra ele.
Empatia migratória: se colocar no lugar do outro
Eu tive a chance de conhecê-los aqui em Portugal e desde dezembro de 2019 nós estamos juntos. A Amandinha é outra querida, quem conhece se apaixona, dá vontade de você ficar horas conversando com ela, alma leve, coração bom, mente rica e presença deliciosa. Acompanho o trabalho dela de pertinho, temos o jornalismo como formação em comum, e ao longo desses anos pude prestar atenção na empatia migratória que ela exerce.
Ela tem uma mentoria Morar em Portugal, focada em fortalecer os passos daqueles que desejam viver por aqui. Ah se eu tivesse conhecido ela antes, minha jornada teria sido bem mais fácil, afinal de contas, contar com o conhecimento daqueles que são generosos é um verdadeiro achado.
Eu trouxe esses dois cases para vocês para exemplificar o quanto que podemos ser úteis na vida daqueles que decidiram morar fora. Amanda e Claudinho são brilhantes nisso, eles se dedicam diariamente a tornar o nosso migrar possível, sem perdermos a fé e esperança de que é possível sermos felizes longe de casa.
Talvez seja por isso que me senti atraído por eles e desde então seguimos unidos nesse propósito de empoderar aqueles que caminham em busca de uma vida diferente e inspiradora.
Foi por me conectar ao propósito deles, que me coloquei à disposição para semanalmente estar aqui com vocês, exercendo empatia migratória e lhe trazendo um lembrete constante de que merecemos estar onde quisermos.
Você ganhou uma nova chance de viver uma vida inspiradora no exterior
Uma pessoa que possui empatia migratória apresenta
Entenda os sinais que quem possui empatia migratória:
Compreensão Cognitiva:
- Conhecimento sobre migração: Busca entender os fatores que levam as pessoas a migrarem, como conflitos, crises econômicas ou mudanças climáticas.
- Ausência de preconceitos: Evita estereótipos e generalizações sobre migrantes, valorizando suas histórias individuais.
- Sensibilidade Emocional
- Capacidade de se colocar no lugar do outro: Consegue imaginar os desafios e sentimentos vividos pelos migrantes, como medo, esperança e saudade.
- Compaixão e solidariedade: Sente um desejo genuíno de ajudar e apoiar os migrantes em sua adaptação.
Atitudes e Comportamentos Proativos:
- Apoio à integração: Engaja-se em iniciativas que facilitam a inclusão de migrantes, como ensino de idiomas ou suporte jurídico.
- Promoção do respeito cultural: Incentiva o intercâmbio cultural e o respeito à diversidade.
E aí, quais destas características acima você possui? Esse é um exercício poderoso para compreendermos em que página estamos quando o assunto é nos colocarmos no lugar de quem migra, seja você um brasileiro no exterior ou não.
Reclamações no exterior podem revelar sua má adaptação no país
Movimentos migratórios e suas crises
Cada vez mais os movimentos migratórios vivenciam crises sem precedentes, o que pode colocar em risco o nosso plano migratório.
Muitas pessoas decidem partir do Brasil sem organização e planejamento, uma forma arriscada e pouco inteligente, com maiores taxas de risco e pouco sucesso e, as estatísticas não mentem.
Também encontramos aqueles mais interculturalmente preparados que conseguem se preparar com antecedência e partirem com segurança e sabedoria. Um grupo de imigrantes que possui maiores chances de vivenciar um processo migratório bem-sucedido.
Preciso reforçar, que não há garantias de sucesso para nenhum dos grupos, mas aqueles que estão mais preparados para morar fora estão em vantagem.
Morar fora: o que você precisa para avançar no exterior
Desafios migratórios nos EUA
Nas últimas semanas os olhos se voltaram para crise migratória nos EUA, a comunidade de psicólogos interculturais a qual pertenço tem trabalhado dia após dia para levar conhecimento, informação e orientações para os brasileiros que vivem na região.
A fim de abrandar o impacto na saúde mental o qual estão sendo expostos, dado o novo isolamento social que estão vivendo e o clima de ameaça iminente. Uma das iniciativas criadas foi o grupo de apoio “Proteja – Cuidando de si e de quem ama em tempos de medo e incertezas”, que visa oferecer acolhimento gratuito para aqueles que estão passando por essa tempestade migratória. Os interessados podem se inscrever neste link de forma gratuita.
Como seria sua vida hoje se tivesse feito escolhas melhores no passado?
Empatia Migratória: A falta de informação no contexto de imigração
Uma boa forma de desenvolvermos empatia migratória é acompanharmos o que está acontecendo nos EUA. Podemos buscar compreender os desafios dos brasileiros que estão por lá e exercitar nos colocarmos no lugar deles. Por vezes o que eles vivem parece tão distante do nosso dia a dia, que podemos nem dar tanta importância, afinal de contas “esse problema não é meu”, muitos podem pensar.
Precisamos convir que é fácil criticar a situação migratória dos outros quando a nossa realidade é composta de privilégios. A falta de informação, pouco conhecimento e baixo estudo nos coloca em um lugar perigoso, onde a ignorância nos expõe e por vezes mais atrapalha do que ajuda.
Portanto, que a empatia migratória possa ser uma habilidade forte em nossas vidas. Tanto para você que deseja morar fora, quanto para você que já colocou o pé na estrada e entende direitinho como as coisas funcionam.
Viver no exterior exige uma autogestão aprimorada: como você tem gerenciado?
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