Estações do ano
Estações do ano no exterior – Foto: Canva.

Morar fora nos proporciona lições preciosas e devemos estar atentos. Como as estações do ano podem nos afetar no exterior?

Feliz daqueles que podem contemplar a passagem das estações ao longo do ano, cada uma delas possui sua beleza e são verdadeiras professoras. Elas nos ensinam uma forma poética muito do que jamais devemos esquecer. Ao decidirmos morar fora, a depender do continente e país em que estejamos, podemos ver essa transição de forma magnífica e acredito que precisamos falar um pouco sobre as lições preciosas que impactam a nossa saúde mental no exterior


As estações do ano e seus ensinamentos emocionais

Eu nasci em um lugar onde as estações do ano não são bem definidas, em Maceió-AL, no Nordeste do Brasil, costumamos dizer que só vivenciamos duas estações, a quente e a quentíssima, rs. É uma brincadeira carinhosa para expressar o quanto que a cidade é quente ao longo do ano, o que não é uma experiência ruim, principalmente para os turistas, que são encantados com as belezas naturais daquela terra, também conhecida como o “Caribe Brasileiro”. 

Decidi colocar o pé na estrada em setembro de 2019 e até os dias de hoje eu vivo na cidade do Porto, em Portugal. Um “sítio” (como os portugueses chamam), encantador, com muitas áreas verdes, uma arquitetura singular, um povo acolhedor e um clima diferente do Brasil.

Por aqui as estações do ano são bem definidas e foi aqui onde conheci a beleza da primavera, verão, outono e inverno. É lindo ver como as paisagens vão mudando à medida que o tempo vai passando, as flores surgem, o valor nos encontra, as folhas caem e depois o frio sela o fim de uma temporada. 

Cada estação é única e a paisagem nunca se repete, sempre original, estonteante e encantadora. Características parecidas com a experiência migratória de muitos imigrantes que possuem uma jornada longe de casa emocionalmente saudável.

Preciso reconhecer que a grande maioria daqueles que migram não compartilham da mesma realidade e isso a ciência já comprova. Mas eu estou aqui para lhe dizer que é possível vivermos uma vida feliz e equilibrada no exterior. Morar fora é um convite a ressignificação e acima de tudo, ao reencontro com quem estamos nos tornando a cada dia. 

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As estações do ano na Europa e seus aprendizados

É na primavera onde as flores desabrocham, elas passaram três estações se preparando para florescer, sem ansiedade. E também, sem estresse, sem sofrimento por antecipação, sem medo, apenas se preparando. Elas não brigam entre si para saber quem chama mais atenção, quem tem o melhor perfume ou quem simplesmente é mais encantadora, elas se permitem ser o que são, sem preconceitos ou julgamentos.

A primavera nos convida a nos reconectarmos com a nossa essência interior. Reconhecermos nossa beleza, entendermos o nosso propósito de nos espalharmos com o vento e de podermos ser aquilo que podemos, no aqui e no agora…

Ah o verão, tão quente, tão energizante, tão esperançoso e tão avassalador… Há migrantes que esperam por ele o ano inteiro, na Europa, em especial, ele traz um movimento interessante, conduzindo as pessoas às praias, aos parques e aos campos. Ele nos convida à expansão, nos motivando a deixarmos as diferenças de lado. E desse modo, reconhecermos que juntos podemos fazer um “verãozão” e que não há aperto financeiro ou emocional que não seja arrebatado pelas temperaturas mais elevadas.

O verão nos convoca a nos permitirmos, a nos expormos, a socializarmos, a experimentarmos e simplesmente, a vivermos aquilo que tanto lutamos para conquistar, a liberdade…

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As primeiras brisas do Outono

As primeiras brisas frias trazem consigo um prelúdio de que o outono se aproxima, sinal esse confirmado pelo alaranjar das folhagens e pelo cair das flores. Essa é a minha estação preferida e vivenciá-la é uma experiência romântica. Não há como não se apaixonar por essa estação, a união entre o sol e o frio, que nos convida a começarmos a nos agasalhar, afinal de contas o calor está indo embora.

Aqueles que decidiram morar fora conhecem bem essa época do ano e precisamos convir que somos motivados a olharmos para os nossos frutos. O que estamos colhendo, de que forma estamos nos proporcionando novos sabores e dissabores. Assim como as folhas e flores que precisam cair, o que há em nós que precisamos deixar ir, que precisa partir e simplesmente deixar de existir…

O inverno no Hemisfério Norte pode ser impiedoso, impõe respeito e não tolera ser negligenciado. Ele surge para fechar um ciclo e para nos lembrar que sim, precisamos nos acolher, seja em forma de agasalhos ou de uma proteção que dê conta daquilo que nos atravessa.

Foi ao morar fora que passei a usar casacos de inverno, aqueles preparados para me manter seguro e aquecido. Mas quantas vezes esquecemos de fazer isso com a gente mesmo ao longo do ano, não é? Se não trouxermos a atenção às nossas necessidades, adoecemos, assim quando não nos preparamos para a estação mais fria do ano.

O inverno nos permite a nos recolhermos, a silenciar, a compreendermos que está tudo bem, está frio lá fora e a melhor coisa que podemos fazer por nós mesmos, é estar com a gente. 

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Aproveitando a experiência de morar fora

Aqueles que colocam o pé na estrada o fazem em busca de uma vida melhor. Na grande maioria das vezes e é justamente por essa realidade, que eu e você, devemos nos comprometer com o nosso bem-estar ao morar fora. Olhe em volta, veja quais são as possibilidades de você se sentir bem, seja grato por poder respirar, se mover, ir e vir. Algumas coisas na vida são muito simples e nós as desvalorizamos. 

Tente fazer uma lista de todas as coisas que você gosta de fazer e ao longo das semanas vá vivenciando uma por uma. Porém, concentre-se naquilo que é possível fazer. Nada de selecionar aquilo que está distante ou inviável no momento, a regra é clara, foco no que pode ser feito. Aquilo que está fora do nosso controle não merece a nossa atenção, respeite isso. 

Morar fora é uma experiência que pode ser emocionalmente saudável, se eu e você, nos comprometermos em vivermos o nosso melhor, sem reservas e sem medos. A opinião dos outros continuará sendo deles e eles tem esse direito, foco em sua vida, no aqui e no agora!

Em vez de desistir de tudo, que tal descansar um pouco?

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*Ouça também o Podcast Partiu Morar Fora, com Claudinho Abdo e Amanda Corrêa, disponível em várias plataformas de streaming:

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Vitor Luz possui formação em Jornalismo e Psicologia e ao longo da sua trajetória profissional pode se dedicar à busca de novos conhecimentos e fez uma formação em Inner Vision, Programação Neurolinguística – PNL e Certificação Internacional em Master Coaching Mentoring e Holomentoring – ISOR. Atualmente mora na cidade do Porto, onde aprofunda seus estudos em psicologia em um Doutorado na Universidade do Porto, além de possuir especialização em Psicologia Intercultural, proporcionando um acolhimento ajustado às necessidades daqueles que moram no exterior. Ele realiza atendimentos exclusivamente online, com clientes espalhados pela América, Europa, Ásia e Oceania, acolhendo imigrantes e expatriados brasileiros que busquem ressignificar perdas e aprimorar suas formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

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