Morar fora nos coloca em uma posição vulnerável, mas será que tudo aquilo que sentimos é realmente nosso? Insegurança no exterior, ela é sua ou dos outros?
A vida vai passando e com ela nós temos a chance de experimentarmos novas sensações, sentimentos e experiências. Não há nada tão especial quanto vivermos a vida ao nosso modo e do jeito que sonhamos, mas será que tudo aquilo que sentimos é realmente nosso? Para nos adaptarmos a vida no exterior por vezes criamos algumas realidades paralelas que só existem em nossa mente e se não estivermos atentos o nosso plano migratório pode ser comprometido. Essa é uma reflexão importante e até o fim deste texto acredito que você terá bons insights. Vamos juntos?
Insegurança no exterior: será que ela é realmente sua?
Na psicologia existe um termo chamado introjetos, que significa a incorporação inconsciente no Eu do indivíduo. Ou seja, à medida que vamos crescendo vamos ouvindo certas coisas, que sem nos darmos conta acabamos introjetando em nossa mente e coração. Um exemplo clássico disso são os preconceitos, a depender da cultura em que você tenha se desenvolvido ou das experiências que foi exposto, há uma tendência de absorver tudo isso e repassar a frente como uma verdade absoluta.
Sabe quando seus familiares nunca demonstraram valorização pelos seus acertos ou nunca conseguiram reconhecer as suas vitórias, e com isso tendiam a dizer que você era um perdedor, que nunca chegaria a lugar nenhum e que jamais teria sucesso?
Essa é uma situação muito comum na sociedade brasileira, assim como, é ainda mais natural aceitarmos isso como uma verdade. O desafio consiste quando não nos damos conta que nossa vida inteira é composta de introjetos, ou seja, será que aquilo que somos é a soma de tudo o que as pessoas pensam sobre nós ou somos realmente originais ao nosso modo?
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Introjetos e a vida no exterior
Todo esse enredo acima é um preparatório para falamos sobre a sua vida no exterior. O país que você escolheu viver, o trabalho que você decidiu ter, o relacionamento que você escolheu vivenciar e o local que decidiu existir, foram escolhas baseadas naquilo que você pensa ser o melhor para você ou é apenas o saldo de sucessivos introjetos que realizou ao longo da vida?
Morar fora nos convida a olharmos para a nossa existência e a nos questionarmos:
- Por que nos sentimos tão inseguros?
- Por que temos tanta dificuldade em concluir tarefas simples?
- Por que não fortalecemos a nossa consistência interna e nos sentimos reféns de outras pessoas?
- Por que saímos do papel de autores principais da nossa vida para simplesmente ver a vida passar?
- Por que continuamos responsabilizando as pessoas pelo fracasso que vivemos?
- Por que nos distanciamos tanto de nós para nos aproximarmos dos outros?
- Por que colocamos o pé na estrada para viver uma vida diferente e nos esforçamos para viver a vida que tínhamos?
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O que sente é realmente seu?
Você já parou para se questionar se tudo aquilo que você sente é realmente seu? Certa vez aprendi um conceito novo sobre lealdade invisível, que é quando honramos as pessoas que amamos ou que achamos especiais, por meio de comportamentos ou práticas no nosso momento presente, de forma inconsciente. Um exemplo disso seria quando possuímos pais que chegaram à falência financeira, então de forma inconsciente, para honrá-los, eu me desequilibro financeiramente também…
- A culpa que você sente por morar fora de quem é?
- A saudade que aperta seu coração de quem é?
- O medo de se sentir sozinho, de quem é?
- A insegurança de tomar decisões, de quem é?
- A falta de atitude de tomar partido, de quem é?
- A pouca coragem de conquistar, de quem é?
- A ausência de ousadia para avançar, de quem é?
A depender da nossa jornada no exterior acabamos levando muito dos outros e guardando pouco de nós. Morar fora é uma experiência impactante para nossa saúde mental e alguns autores postulam que a migração é um movimento destinado a jovens saudáveis, devido às grandes perdas inerentes ao processo.
Vencendo a insegurança no exterior
Pensei algumas vezes antes de dar um nome ao tópico desta parte final do texto, mas acredito que seja realmente isso. Muitos brasileiros que decidem morar fora se sentem insegurança no exterior e os motivos são os mais diversos: Carreira, finanças, xenofobia, comprometimento da saúde mental, adoecimento físico, saudades de casa, solidão, segurança, dentre outros.
Parece que tudo nos gera sensação de ameaça e a depender das circunstâncias pode ser uma ameaça mesmo, situação essa que pode ser agravada mediante a forma como emigramos.
Para vencer a insegurança ao morar fora você precisa fortalecer alguns pilares da sua vida:
- Autoconhecimento, quanto mais você se conhece, mais forte se sentirá;
- Disciplina e constância, essa dupla é infalível para nos sentirmos pertencentes onde quer que estejamos;
- Rede de apoio qualificada, a ciência já comprova que quanto mais rica for as nossas conexões, melhor será o nosso processo de aculturação;
- Fluência no idioma local, aprendermos a língua do país em que escolhemos viver é uma demonstração de respeito e uma estratégia de aculturação;
- Fechamento de ciclos, aqueles que partem para o exterior é importante deixar a vida no Brasil resolvida, para não ser necessário lidar com preocupações a distância;
- Vida financeira, se você possui uma vida de alto custo e seus rendimentos não são suficientes, a insegurança dormirá sempre ao seu lado;
- Saúde física, lembre-se que a flexibilidade, força e disposição, vão lhe auxiliar a ser mais resistente às adversidades;
- Equilíbrio emocional; suas emoções e pensamentos devem trabalhar juntos para que você viva a vida que deseja;
- Espiritualidade, para aqueles que acreditam, esse pilar pode fazer milagres, literalmente…
Mapeando os sentimentos
Fazer um mapeamento das inseguranças que nos assolam pode ser útil, pois quando temos consciência daquilo que nos ameaça ao morarmos fora, fica mais fácil agirmos para combater. Algumas inseguranças são reais, outras só existem em nossa mente e é importante que você olhe para cada uma delas.
Vivemos dias tão acelerados que por vezes não temos tempo para pensar em nós mesmos. Mas tente fazer esse exercício, você perceberá que com o tempo irá se sentir cada vez mais seguro e integrado ao seu Eu do presente.
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