mais tempo a você
Mais tempo a você – Foto: Canva.

Muitos brasileiros colocam o pé na estrada e correm um sério risco de se perderem emocionalmente. E se você dedicasse mais tempo a você?

Já refletimos sobre tantas coisas por aqui que agora chegou o momento de pensarmos sobre como seria sua vida se você se dedicasse mais a você ao morar fora. Aqueles que decidem colocar o pé na estrada em família por vezes pensam em mil e uma coisas, mas será que você se colocou nesta lista de prioridades? Essa é uma realidade muito comum na vida dos brasileiros no exterior e se não estivermos atentos podemos nos perder de nós mesmos sem percebermos.


Experiência no exterior: e se você dedicasse mais tempo a você?

Esse movimento de nos dedicarmos ao bem-estar dos outros é antigo e começa lá na nossa infância. Somos treinados a não desagradar as pessoas, a nos comportarmos de modo que ninguém se constranja e a sermos bem interpretados. Mas precisamos convir que ao longo do tempo nós evoluímos essa habilidade e nos tornamos reféns dela, não é?

Um bom exemplo desta realidade é quando não somos sinceros o suficiente com nossos amigos, quando deixamos de ser transparentes em nossas relações afetivas, quando deixamos a honestidade de lado em nossos trabalhos e quando negligenciamos o autocuidado ao morar fora.

Todos esses caminhos nos conduzem para o nosso desejo inconsciente de agradar aos outros para que possamos nos sentir pertencentes e jamais abandonados por quem somos. 

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Você coloca os outros como prioridade?

Se você ainda está na dúvida se coloca os outros como prioridade e dedica menos tempo a você, então eu trouxe alguns comportamentos clássicos de brasileiros no exterior:

  • Você aceita convites só para agradar aos outros;
  • Recebe pessoas em casa contra sua vontade só pra não ficar mal na fita;
  • Empresta dinheiro aos amigos por acreditar que amigo é pra essas coisas;
  • Seu relacionamento merece o melhor, mesmo que você se sinta deixado de lado;
  • Seus filhos precisam ter tudo o que você não teve e a parte engraçada é que até hoje você continua sem ter;
  • Você sempre passa do horário do trabalho por acreditar que precisamos vestir a camisa da empresa;
  • Quando olha pra trás se dá conta que não se recompensa de nenhuma maneira…

Essas e outras realidades são difíceis de sustentar a longo prazo ao morar fora, enfraquecendo assim a sua saúde mental e equilíbrio interno. 

Qual a história que você insiste em se contar no exterior?

Aos que se sentem perdidos

Sentir-se perdido no exterior é uma sensação muito comum, seja ela física ou emocional. Muitos brasileiros que decidem morar fora não constroem um plano migratório e consequentemente ao lidarem com as intempéries que a vida no exterior nos impõe se sentem sem norte.

Isso acontece pois estamos despreparados, ou seja, não organizamos anteriormente planos a seguirmos caso aquilo que planejamos não desse certo. Eu compreendo que mesmo aqueles que se articularam e colocaram tudo no papel podem enfrentar dificuldades e até piores, mas precisamos convir que entre aqueles que estruturaram uma partida e aqueles que simplesmente partiram, o primeiro grupo possui a vantagem ao morar fora. 

Um dos maiores desafios daqueles que se sentem perdidos ao morar fora é juntarem-se a outros brasileiros que também se sentem perdidos, ou seja, agora estamos perdidos juntos. Circunstância essa perfeita para iniciarmos uma série de lamentações, reclamações e um ciclo eterno de insatisfações.

É aqui onde percebemos o comportamento da competição, de quem é o problema maior e quem está sofrendo mais no momento. Quando não buscamos conhecer novas pessoas podemos ficar presos em um ciclo social empobrecido afetivamente e desprovido de uma mentalidade próspera. 

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Mais tempo a você: Viva novas experiências

Algo que sempre recomendo aos meus pacientes é viver novas experiências, com diferentes grupos e em diferentes lugares. Sou imigrante e sei o perrengue que é fazer novas amizades e aprofundar relações no exterior, mas também estou aqui para dizer que é possível.

Já fiz vários testes ao longo dos últimos cinco anos e algo que sempre dá certo é fazermos uma associação com as práticas esportivas. Ou seja, tudo aquilo que for coletivo será proveitoso. Não espere que muitas afinidades sejam encontradas, mas busque se conectar a pontos que sejam comuns.

Imagine que você trabalha na área de tecnologia e deseja viver uma experiência com pessoas diferentes, talvez no país em que você está vivendo o grupo de corrida, padel ou futebol sejam de outras áreas profissionais, então talvez vocês não terão afinidades de trabalho. Mas o esporte surgirá como uma liga entre vocês, foca nisso e deixa acontecer. 

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Dedicando-se mais a você

Dedicar-se mais a você é uma prova poderosa de amor próprio, separar um tempo de qualidade para pensar na sua vida é um atestado que você respeita sua existência, tratar-se com carinho e acolhimento é um sinal claro que você reconhece sua importância, fazer escolhas melhores pensando em seu bem-estar é um dos maiores compromissos com sua evolução pessoal.

Se essa realidade parece difícil pra você, eu gostaria de lhe dizer que é possível abraçar-se e tomar novas decisões. Mas desta vez pensando naquilo que será melhor para você no aqui e no agora. Se esse cenário não é possível em sua mente, deve ser pelo longo tempo que levou seu poder de realização para deixar os outros confortáveis, é compreensível.

Morar fora é um dos maiores desafios que poderíamos enfrentar na vida e se essa experiência está sendo difícil neste momento, fique sabendo que estamos todos juntos nesse trem. Alguns já desembarcaram, outros estão subindo e alguns perderão o trem pelo medo do desconhecido, mas o que importa mesmo é como você lida com aquilo que fizeram com você. 

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Ouça seu coração

Desde quando coloquei o pé na estrada eu já conheci muitas pessoas, mas algo que todas elas tinham em comum era o desejo de serem livres e acima de tudo, felizes. Hoje eu lhe convido a fazer escolhas melhores, a ouvir seu coração, a perceber o seu corpo, a acolher sua ansiedade, a acomodar seus medos, a reconhecer suas vulnerabilidades.

E por fim, encontrar reconhecer que sentir-se perdido é o caminho mais generoso de nos reencontrarmos, mas desta vez mais experientes, maduros e especialmente desenvolvidos. 

Aprenda a dedicar-se a você para estar cada vez mais perto da realização dos seus sonhos, você merece. 

Você não está adaptado ou você não quer se adaptar ao exterior?

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Vitor Luz possui formação em Jornalismo e Psicologia e ao longo da sua trajetória profissional pode se dedicar à busca de novos conhecimentos e fez uma formação em Inner Vision, Programação Neurolinguística – PNL e Certificação Internacional em Master Coaching Mentoring e Holomentoring – ISOR. Atualmente mora na cidade do Porto, onde aprofunda seus estudos em psicologia em um Doutorado na Universidade do Porto, além de possuir especialização em Psicologia Intercultural, proporcionando um acolhimento ajustado às necessidades daqueles que moram no exterior. Ele realiza atendimentos exclusivamente online, com clientes espalhados pela América, Europa, Ásia e Oceania, acolhendo imigrantes e expatriados brasileiros que busquem ressignificar perdas e aprimorar suas formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

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