
Corações apaixonados que ficam longe, mas não se largam jamais.
Dizem por aí que quem não é visto não é lembrado, e talvez seja uma grande verdade. Em termos. Digo em termos porque quando, por opção ou não, resolvemos morar fora, nosso coração apaixonado é levado à força para longe do nosso amor e parece perder o ritmo. A batida em descompasso é alimentada pela saudade e é desconfortável, é uma dor, uma sensação ruim que parece não ter fim.
Namorados
Ela com ele, ele com ela, ela com ela, ele com ele…pouco importa. Importa mesmo é o que se sente. E se sente, muito. Querer ficar perto, querer abraçar, beijar sem hora para ir embora, dormir juntos, acordar e ficar enrolando na cama, se amar. Namorar é bom, se apaixonar é maravilhoso, mas precisar partir é muita dor. Deixar quem amamos, dar aquele último abraço no aeroporto, o beijo salgado pelas lágrimas. Quem já passou por isso consegue compreender.
Nada parece ser capaz de justificar a separação, com ou sem hora para acabar, de duas pessoas apaixonadas que se amam e terão que “dar um tempo”. Não, não estou falando em terminar o relacionamento, estou falando dos que resolvem que é hora de morar fora e partem deixando para trás um grande amor. Falta chão, falta ar, sobra saudade e transbordam momentos em que o outro faz falta. Muita falta.
Amores
Você que já disse “eu te amo” para alguém, e teve que ficar longe desse alguém, é testemunha do que digo. Nem o ineditismo do que está por vir, nem as diferenças, nem o aprendizado do novo idioma, o clima frio, o vento, a neve, as placas diferentes dos carros, a comida estranha que você experimenta. Nada disso é capaz de amenizar e, não há, um só minuto em que o reencontro não esteja na pauta da nova vida que começa.
Pouco importa se o Skype será feito às 3 da madrugada, se o fuso horário está dificultando as coisas, se as passagens aéreas estão caras, se o apartamento é apertado para vocês dois ou se o dólar ainda está nas alturas. Quando a gente ama, a gente quer se reencontrar. Na verdade a gente não quer, nós precisamos desse reencontro. Precisamos matar a saudade, precisamos combinar melhor como será nossa vida aqui fora. E logo.
Saudades
Tudo lembra. TUDO. É o filme no cinema, a roupa no chão, a música no barzinho, a saída com a galera, a janta em casa, o programa de TV, a série do Netflix, aquele hambúrguer. Parece que, só de sacanagem, colocam uma pessoa com o mesmo nome no seu trabalho. Você ouve, no meio da multidão, alguém chamando o nome de quem você ama. É bizarro. E, mesmo que o tempo passe, a vontade de ser ver e se encontrar só aumenta. Não tem correria do dia a dia que seja capaz de fazer isso passar, nem aquela sua viagem para o Marrocos. NADA.
Confiança
Morando fora é quando a gente entende que um relacionamento precisa de confiança. Nem estou falando de traição, porque não acredito que quem ame faça isso, mas me refiro ao fato de que é necessário existir uma confiança, de vida. O emprego dele não tem nada a ver com o seu, a profissão dela é totalmente diferente e vocês precisam ter confiança um no outro para que, em dado momento, haja e aconteça a tal convergência da vida. Sim, a vida de vocês precisa ir para o mesmo lado, precisa ter um ponto de reencontro e isso só vai acontecer se houver confiança.
Não tem Distância
Quem está morando fora e está longe do grande amor da vida sabe que não existe distância capaz de esfriar ou fazer esquecer. O desejo pelo encontro, o sonho de construir uma vida juntos vai dando força para que a batalha continue. E daí que você vai trabalhar cansado por ter ficado conversando até tarde pela internet?! – vai cansado, mas vai animado. Animado com o suspiro de amor, feliz com a possibilidade do reencontro, por saber que alguém lá longe está numa torcida incrível por você e que planeja estar ao seu lado “assim que der”.
livro “Morar Fora: sentimentos de quem decidiu partir”
Se o seu amor está longe, não se acomode. Faça de tudo para que vocês se reencontrem, não deixe que a vida os distancie, não perca a oportunidade de dizer que ama, não esquece de contar todos os detalhes e de lembrar a falta que aquele amor aceso de vocês faz. Morar fora é bom, mas morar fora com o amor da sua vida pode ser a coisa mais fantástica que vai acontecer na sua breve existência. Não perca essa chance, talvez ela nunca mais aconteça e você se torne a pessoa mais frustrada do mundo.
Arrisque, ame, se entregue, trabalhe para fazer a vida de vocês se cruzarem novamente. Siga em frente com coragem, com a saudade de sempre e lembre-se: quem ama encoraja, quem ama torce, quem ama não mata os sonhos do outro. Se apoiem verdadeiramente porque no fim, no fim vai valer muito a pena. Muito. Cada segundo.
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*Cláudio Abdo publica textos sobre a experiência de morar fora todas às segundas e quintas aqui no site Vagas pelo Mundo. Volte Sempre!