Fizemos uma entrevista exclusiva com detalhes que podem lhe ajudar.
O Canadá é um dos primeiros países que aparecem na lista de quem pretende viver em outro país. Com uma qualidade de vida muito grande, o país é seguro e oportuniza emprego e renda para quem viver por lá. Porém, são diversas dúvidas que surgem quando a ideia amadurece e se inicia o processo de mudança para o Canadá e, pensando nisso, a equipe do site Vagas pelo Mundo conversou com uma brasileira que chegou recentemente no país.
Perguntas e Repostas
Vagas pelo Mundo: Por onde você começou o seu processo?
Fernanda: Comecei o processo iniciando o curso de francês em 2012.
VPM (Vagas pelo Mundo): Você contratou algum serviço ou fez tudo sozinha?
Fernanda: Eu e meu esposo fizemos tudo sozinhos, também perguntando para outros amigos que estavam mandando seus processos. Ficamos sabendo de lugares que auxiliam ao envio dos documentos, mas eles não são regulamentados pelo Governo do Canadá. Inclusive viemos para o Canada em 2013 e aqui também tinham empresas que auxiliavam no processo de imigração.
Na época, fizemos uma pequena entrevista de uma hora por Skype no valor de C$ 100,00 + taxas e o valor para auxiliar no processo, na época, era cerca de C$ 4.500,00 + taxas. Sei que no Brasil cobravam em torno de R$ 2.300,00. No entanto, ficamos sabendo de muitos amigos que ocorreram muitos erros por parte dessas empresas.
VPM: No teu caso, foi fundamental falar francês? Existe alguma prova de proficiência da língua?
Fernanda: Sim, foi fundamental a língua francesa no processo. A província do Quebec vem exigindo cada vez mais a língua francesa. Lembro que, bem no começo, quando começamos a ver sobre imigração, era necessário apenas 150 horas de francês (mais a pontuação normal de trabalho, idade, curso). Depois a exigência passou a ser nível B1 (intermediário) e, quando iniciamos o processo, em 2014, o nível era b2 (intermediário avançado). Tudo isso comprovado pela prova TCFQ.
Para o requerente principal também foi solicitada a prova de conhecimento em inglês e no nosso caso eu fiz IELTS. O processo veio mudando muito nesses últimos anos e nós pegamos o penúltimo ano do sistema anterior. Agora a entrada aparentemente é pelo Entry Express, que é um sistema muito mais rápido, mas que não dá a certeza da aprovação do visto de imigrante mesmo atingindo os pontos para abrir o dossiê.
Sobre o sistema novo: o candidato fica como se fosse numa lista de espera e é selecionado, caso não seja, no prazo de 2 anos expira e deve mandar todo o processo novamente. O que facilitou é que o processo novo aparentemente é online e muito mais rápido após a seleção.
VPM: Por que o Canadá?
Fernanda: O Canadá sempre foi um sonho antigo. Gosto muito de natureza, montanhas e neve. O pessoal daqui é extremamente acolhedor. Outra coisa que nos fez escolher o Canadá, fora a segurança, é que eles precisam de imigrantes. A província do Quebec auxilia os imigrantes com bolsas para estudo do francês (francisation) e toda a adaptação e procura de trabalho. O sistema educacional e de estudos é público. Além disso, desde o começo quisemos entrar pela porta da frente, nunca quisermos ser ilegais e chegar legalmente como residente num país foi uma oportunidade dada pelo Canadá.
VPM: Quanto tempo demorou do início até a chegada ao Canadá?
Fernanda: Iniciamos os estudos em 2012, abrimos o processo provincial em junho de 2014 e o federal em torno de abril de 2015. Nosso visto chegou em novembro de 2015. Foram 4 anos aguardando, e chegamos no Canadá em Julho de 2016.
VPM: Quanto custou?
Fernanda: O processo de imigração é caro, difícil dizer valores. Sei que tem um vídeo de um portal no youtube (Cidadão do Mundo) que ele fala de valores para a imigração. Assista o vídeo. Os custos vão desde o processo provincial, federal, visto, tradução juramentada, curso de francês, economias para a vida nova no pais novo, e muitos outros. Depende de cada processo, o Canadá tem mais de um tipo de processo e agora com a mudança para o Entry Express é difícil saber o valor para imigrar.
VPM: A sua profissão/formação fez diferença (sua ou do seu marido)?
Fernanda: Fizemos o processo como trabalhador qualificado, então sim. Nossos trabalhos, idade, experiências profissionais, se temos filhos e etc, tudo conta para a pontuação e encaminhamento do dossiê.
VPM: Por que Montreal e não outra cidades (Toronto, Vancouver…)?
Fernanda: Montreal ainda não é a escolha definitiva. Como escolha pessoal, no futuro, há preferência de cidades menores, como a cidade do Quebec, Trois Riviere, etc… No entanto, para um começo, escolhemos Montreal por ser uma cidade grande. Normalmente, e também como no Brasil, o sistema de contratação também se dá por indicação ou referência. Como no começo não consideram as experiências profissionais, apesar de aceitarem no dossiê, precisamos recomeçar do zero todo o histórico de crédito e profissional.
O histórico profissional em Montreal é melhor para recém chegados por ser uma cidade maior. Além disso, tem excelentes faculdades e meio de transporte para ir onde precisar com a cidade subterrânea. Para imigrar, tem que ler muito e estar preparado, detalhes fazem toda a diferença, por exemplo, chegar num país que pode fazer -35 graus sem roupa apropriada e ir atrás de toda documentação inicial é loucura. É bom chegar quando o clima está positivo, até criar uma adaptação, conhecer um pouco a cidade, sistema de transporte e conseguir uma roupa apropriada. Essa é outra diferença de Montreal, o sistema subterrâneo dela faz com que possamos nos deslocar por baixo de galerias e prédios e em caso de extremo frio o contato com o exterior é pequeno, para quem esta começando é excelente.
VPM: Como funciona a permanência no país?! Quanto tempo você pode ficar, renova o visto de quanto em quanto tempo e etc?
Fernanda: Meu visto é de residente permanente, não tenho data para renovar e não expira, posso fazer tudo que o cidadão tem direito, menos votar e ser votado. Devo esperar (por enquanto, mas há boatos que a lei mude) cerca de 4 anos e já se pode solicitar cidadania. No começo, é necessário esperar 3 meses ate o cartão de saúde chegar (assurance maladie), enquanto isso se paga o seguro privado. No início, devemos esperar os documentos chegarem e podemos sair e entrar do país como precisarmos. Claro que esse quesito com detalhes à parte, por exemplo: para o plano de saúde publico é necessário ficar no pais no mínimo por cerca de 6 meses para não perder o direito.
VPM: Seguro de saúde: você fez? Precisa? Como funciona?
Fernanda: Seguro saúde privado apenas nos 3 primeiros meses… depois recebemos o cartão de sistema público. É bom sim fazer o seguro privado nesse período de carência.
VPM: Você foi bem recebida pelos canadenses? Tem preconceito? E os órgãos de governo, lhe tratam e trataram bem?
Fernanda: Fomos super bem recebidos pelos cidadãos do Quebec. Esses dias fui no mercado e a moça descobriu que eu havia chegado a pouco, ela saiu do caixa só para me dar as boas-vindas. Aqui tem muitos imigrantes e imigrantes de todos os lugares que você possa imaginar. Ainda não houve nada com relação a preconceitos, a única coisa que pesquisamos é que a preferência é ter um estudo daqui, mas não importa quem teve o diploma, se é imigrante ou não… mas eles preferem os cursos cursados no Canadá.
Com relação ao governo, fomos bem tratados também e percebemos que para tirar os documentos novos há bem menos burocracia do que estávamos acostumados no Brasil.
VPM: Eles são receptivos? Gostam de estrangeiros?
Fernanda: Tem muito imigrante aqui, a maioria é imigrante. Quem quer imigrar tem que ser aberto à diversas culturas e costumes.
*a pedido da entrevistada alteramos o seu nome para evitar problemas com o seu trabalho e vida pessoal. Todas as respostas foram transcritas na íntegra e são verdadeiras.
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