Morar fora exige protagonismo para conquistar o que sonhamos e desejamos. Entenda as consequências de adotar o vitimismo no exterior.
Algumas semanas já se passaram desde que o novo ano começou e quais foram os combinados que fizeste com você mesmo que já cumpristes? Se você está com a sensação de que o tempo está passando depressa, não se engane, ele está correndo. Esse é um fenômeno clássico que as pessoas muito ocupadas enfrentam, tendo em vista que estão tão conectadas em tantas coisas, que quando se dão conta, o tempo voou. Se você também se sente assim, então vamos até o fim desse texto porque ele foi feito pra você.
Adotar o vitimismo no exterior pode comprometer seu plano migratório
Morar fora se tornou um verdadeiro desafio, já foi o tempo em que colocar o pé na estrada era simples, não exigia tanto planejamento e as políticas migratórias eram completamente favoráveis para os brasileiros no exterior. A cada ano que passa observamos o quão complexo tem se tornado as migrações ao redor do mundo.
Descendemos de seres migrantes, que se moviam para sobreviver, seja por questões climáticas, de sobrevivência e até mesmo por preferência de viver em um local diferente. Passado esse que nos lembra que precisamos estar em movimento, sair da estagnação, da inércia e por vezes da situação a qual nos colocamos.
O ano de 2025 começou e recebi um convite do Claudinho e da Amanda, aqui do Vagas pelo Mundo, para gravar um novo episódio do Podcast Partiu Morar Fora sobre “Como não se vitimizar em 2025”, momento esse que vocês precisam conferir no Youtube e nas plataformas de streaming, como Spotify.
Pude trazer alguns caminhos possíveis para vivermos uma vida mais autêntica, relaxada e acima de tudo, com propósito, nos afastando da vitimização de comportamentos que nos distanciam daquilo que precisamos ser no momento presente.
Vitimismo no exterior: de quem é a responsabilidade?
Podemos compreender como vitimismo no exterior (ou no seu próprio país) o comportamento de abrir mão da nossa auto responsabilidade para transferir ao outro o poder sobre nosso estado presente, ou seja, sabe quando temos muita dificuldade em nos relacionar afetivamente e responsabilizamos isso aos nossos pais?
Quando não lidamos bem com lideranças e temos a certeza que foi por conta do nosso primeiro chefe… Em que ocasião não me sinto bem na cultura que escolhi e tenho a plena convicção de que os nativos não gostam de mim…
Em que momento os amigos cansam do nosso jeito superficial e antissocial, e nós repetimos para nós mesmos que eles que eram fugazes… Se algo dá errado na nossa vida e magicamente atribuímos tudo isso a inveja e mal olhado…
Todos esses exemplos acima podem até ser verdade, mas será que sempre é assim mesmo? Quando trabalhamos nossas emoções em psicoterapia nós temos a chance de ampliar a nossa consciência e nos darmos conta do que está acontecendo com a gente e ao nosso redor.
Você ganhou uma nova chance de viver uma vida inspiradora no exterior
Quando assumimos o papel de vítima?
Temos a chance de compreender o que fazer com o que fizeram com a gente e conquistamos ferramentas para ressignificar nossas dores e perdas. Aqueles que falaram que morar fora é uma tarefa fácil talvez não soubesse o que estava falando.
Assumimos o papel de vítima ao morar fora quando:
- Devemos aprender o idioma local para nos sentirmos pertencentes e escolhe não aprender, logo nos sentimos excluídos;
- Quando escolhemos entrar ilegalmente em um país e depois reclamamos da falta de acessos mínimos a saúde, educação e emprego;
- Quando não levamos nosso emprego a sério, o tratando com displicência e descaso, achando ruim porque não somos promovidos;
- Não reservamos um tempo de qualidade para nossa relação afetiva e não nos sentimos amados no relacionamento;
- Quando não sinalizo aquilo que me incomoda e sempre me sinto inferior quando as pessoas me desrespeitam;
Mais exemplos do papel de vítima
- Quando acredito que meus familiares no Brasil precisam me dar atenção, quando nós somos os primeiros a nos mantermos distantes;
- Não temos sabedoria financeira, gastamos mais do que recebemos e reclamamos que nosso salário é insuficiente;
- Quando não reservo um tempo para ficar a sós comigo mesmo e a todo tempo declaro que todas as pessoas dependem de mim e nunca tenho tempo pra ficar sozinho;
- Não entende porque meu cachorro está ansioso e me conto a história que não saio para passear porque ele não gosta do frio;
- Quando meu processo migratório está sendo cada dia mais dramático e eu insisto em dizer que não preciso procurar um psicólogo intercultural.
Essas e outras circunstâncias são comuns na vida dos brasileiros no exterior, talvez você possa se identificar com algumas ou até quem sabe todas elas, mas se você não se identificou com nenhuma, então talvez vale ler com atenção.
Se você não identificar nenhum sinal de vitimismo ao longo dos seus dias, peça ajuda a um amigo, aqueles bem sinceros mesmo, acredito que eles poderão lhe ajudar a perceber o quanto que por vezes você é cansativo e desgastante.
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Falta de protagonismo
Aqueles que adotam o comportamento de vítima sobrecarregam as relações, isso porque quem está em volta precisa encontrar formas alternativas para administrar a sua falta de protagonismo. Deixamos de ser protagonistas da nossa vida quando renunciamos à condução dos nossos dias, quando optamos por deixar as coisas aconteceram, quando acreditamos que tudo irá se resolver sozinho e até mesmo quando acreditamos que a ajuda está a caminho e que alguém irá resolver para mim.
Preciso reconhecer que poucos de nós tiveram cuidadores iluminados que nos ensinaram a fazer aquilo que precisava ser feito, ou seja, a assumirmos o “controle” de nossas vidas”. Condição essa extremamente necessária ao morar fora, pois se não aprendermos a cuidar de nós mesmos e agirmos para avançar, o nosso plano migratório será comprometido.
Não dependa de ninguém no exterior
Vitimismo no exterior: como deixar ele de lado
Se você deseja deixar o vitimismo de lado e viver a vida com mais autenticidade, então aqui vão algumas orientações práticas:
- Fortaleça o autoconhecimento, quando você se conhece a vida flui;
- Troque a reclamação por gratidão, facilite a relação das pessoas com você;
- Nem tudo é sobre você, talvez os outros só estavam em um mal dia;
- Expanda sua mentalidade, se você for pouco inteligente culturalmente acreditará que tudo foi construído para lhe derrubar;
- Cuidado com as amizades, algumas delas são especialistas em lhe distrair do seu propósito;
- Atenção aos relacionamento falidos, eles minam nossa energia e vida;
- Perdoe pai e mãe, não temos tanto tempo assim para carregar o peso do ressentimento;
- Familiares abusivos devem ser evitados, o que inclui sua presença em grupos de WhatsApp da família;
- Se sua mente lhe prega peças, a trate melhor;
- Se seu trabalho lhe desgasta, encontre outra forma de ganhar dinheiro e mude de emprego;
- Se a cultura em que você escolheu viver tem acabado com sua saúde mental, talvez chegou o momento de repensar se ainda vale a pena permanecer;
- Por fim, tire férias, talvez você só esteja cansado.
Morar fora: o que você precisa para avançar no exterior
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