Você recebeu uma proposta para mudar de país? Confira tudo sobre a expatriação e como o casal pode ajustar suas carreiras em diferentes caminhos.
O número de brasileiros expatriados é crescente, e consequentemente casais em que ambos têm carreiras diferentes precisa avaliar a questão da expatriação. O que fazer quando o casal segue carreiras diferentes no processo de expatriação?
De acordo com dados do Ministério das Relações Exteriores, em 2020 cerca de 4.2 milhões de brasileiros vivem fora do país. Muitas pessoas sonham em ter uma projeção de carreira e viver uma experiência internacional, mas quando se está em uma relação familiar isso pode ser tornar um drama para o casal, sendo preciso ter maturidade e inteligência emocional para lidar com a expatriação em família. No Brasil o processo de expatriação foi regularizado pela Lei n.7.064/1982 e teve mudanças em 2009.
O que é expatriação?
Expatriar significa uma transferência de um profissional e a sua família para outra base ou subsidiária da empresa, que fica em outro país. Ou seja, uma transferência que envolve não só a carreira, mas também todo o contexto familiar e de relações pessoais desse profissional.
O processo de expatriação não é só mudar de país para trabalhar, é uma mudança como essa envolve a adaptação em outra cultura, com novos valores, novos costumes e uma nova forma de viver.
Como funciona o processo de expatriação?
Cada empresa possui a sua própria política de processos de expatriação, mas geralmente o profissional que é aprovado para essa proposta é orientado a seguir aos critérios:
- Pode ir conhecer previamente a empresa antes da mudança definitiva;
- Faz uma visita exploratória de modo a conhecer a cidade, a escola, as condições de moradia, tudo que for preciso para a estrutura familiar;
- Verifica documentação necessária para adaptação no novo local para viver no exterior;
- Conhece um pouco mais sobre os costumes e cultura local.
Caso o profissional aceite a proposta inicia o processo de visto de trabalho e burocracia legais para viabilizar a mudança. Cuidar dos aspectos multiculturais é muito importante para a empresa e para o profissional, pois envolve um projeto internacional de trabalho, a adaptação e colaboração corporativa fazem diferença no sucesso de um processo de expatriação.
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Quais as maiores dificuldades do processo de mudança de país?
Com a globalização dos negócios, a grande empresa tem muitos motivos para apostar no processo de expatriação dos profissionais, afinal mostrar a competitividade e se tornar uma empresa atrativa para bons profissionais é algo importante para o crescimento da empresa. Existem alguns desafios quando se fala da gestão de expatriados:
- Não ter uma leitura correta do mercado e da complexidade em diferentes países;
- Políticas claras sobre processos e apoio ao profissional;
- Estruturas e suporte financeiro que viabilize processos e custos com os trâmites legais;
- Trabalhar a base de desenvolvimento pessoal e emocional dos seus profissionais para um processo de expatriação;
- Ter ferramentas de adaptabilidade do profissional fora do seu país de origem.
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Qual as maiores dificuldades do profissional expatriado?
Uma mudança como essa pode acarretar alguns desafios para qualquer profissional, mesmo que ele esteja feliz com a oportunidade. Alguns desafios podem ser mapeados e ele pode se preparar melhor para superar cada um deles:
- Dificuldades de adaptação: podem existir inseguranças pessoais em relação, ao choque cultural, a novo rotina de trabalho e as expectativas em relação ao seu trabalho em não alcançar os objetivos da empresa. Além disso, existe a preocupação na adaptação da família ser mais complexa, nova escola para os filhos, local seguro para morar, adaptação do cônjuge, entre outras preocupações.
- Lentidão nos processos burocráticos: Para muitos profissionais o maior problema é a burocracia que um processo de expatriação exige. Como não existe no Brasil uma legislação que regule as empresas brasileiras e mercados globais para processos de expatriação, isso dificulta a competitividade das empresas que desejam se destacar as novas tendências de cenário internacional.
- Dificuldade em lidar com a falta do país de origem: Normalmente num processo de expatriação, a família do expatriado tem um peso muito relevante para o sucesso de um processo como esse. Se a família foi emocionalmente preparada e assistida pelos responsáveis, as chances de serem bem sucedidos aumenta consideravelmente. Mas para que isso aconteça é essencial que o casal também tenha avaliado e acordado em passar por esse desafio juntos.
A adaptação a um novo país envolvendo satisfação profissional e pessoal soma-se a um projeto familiar de mudança, o impacto nas relações familiares é profundo e nem todas asa famílias estão preparadas para lidar com isso. É justamente aqui que com o apoio de profissionais qualificados com processos de expatriação e imigração fazem a diferença para que esse desafio seja superado por toda a família.
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O que fazer quando o casal segue carreiras diferentes?
Com o número de brasileiros saindo do país para trabalhar fora, essa é uma realidade cada vez mais comum de ver. Muitos casais onde ambos trabalham e constituem uma família se veem diante de uma discussão nada fácil.
Cada família tem o seu estilo de vida e alterar isso pode acarretar danos que nenhum dos cônjuges deseja, mas não se pode deixar de avaliar uma oportunidade de trabalho atualmente.
Trazer o assunto sobre trabalhar no exterior nunca será uma tarefa fácil, apesar de parecer como uma boa oportunidade profissional, existem muitas questões que o casal precisa pensar juntos e fazer escolhas, mesmo que essas sejam difíceis.
Quando envolve filhos a preocupação é ainda maior, pois as crianças podem ter mais dificuldades em lidar com o mundo novo, e vai exigir dos pais uma inteligência emocional para ajudarem na adaptação deles.
Além disso, hoje em dia tanto o homem quanto a mulher possuem condições profissionais que não querem abdicar, afinal ambos empenharam tempo, dinheiro e energia para chegar ao ponto em que estão nas suas carreiras, e isso deve ser considerando.
Expatriação: O que pode ajudar quando o casal segue carreiras diferentes
Independente de quem seja o expatriado na relação, cada um tem uma carreira estabelecida, e de certa forma um terá que renunciar a própria evolução profissional para que o outro possa crescer. E isso tem um custo muito grande para aquele que terá que renunciar ou atrasar o seu crescimento em favor do outro, este momento precisa de uma avaliação muito criteriosa.
Esses critérios não podem se basear apenas em quem vai ganhar mais ou quem vai perder, é preciso ter uma visão clara da vida que os dois querem construir caso decidam juntos embarcar nessa jornada.
Antes de aceitar a proposta é necessário avaliar o quanto essa experiência pode ser boa para ambos, construir cenários, avaliar a vida que vão ter juntos no exterior e o impacto que vai causar na vida dos filhos e nas respectivas famílias.
Como não se sentir de lado para dar a oportunidade ao parceiro no processo de mudança?
Como profissionais sabemos que é uma boa experiência, pois se abre uma porta de oportunidades para uma maior visão de mundo, de conhecimentos que podem ser transformador na vida do casal. Mas lá no fundo, é uma decisão difícil. Pois uma parte terá que renunciar a boa parte da sua vida, da identidade pessoal e profissional para ver o outro crescer.
Normalmente o cônjuge que recebe uma proposta dessa fica muito feliz, reconhece que ele trabalhou duro para conquistar esse objetivo. Mas dar essa notícia em casa é sempre uma dúvida sobre a reação do parceiro. E é aqui que muitas vezes os problemas começam.
Num primeiro momento vem a euforia com a novidade de mudar de país, viver uma experiência até então vista nos filmes, mas depois vem a pergunta: mas e eu? Provavelmente ela também construiu uma carreira, possuiu desejos e sonhos profissionais que podem ser frustrados num processo de expatriação.
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Como evitar conflitos para não prejudicar a relação num processo de expatriação?
A vida profissional tem um grande peso na forma como cada casal constitui a relação, sonhos são compartilhados, projetos juntos e expectativas de um futuro feliz para a relação e a família que formaram.
O processo de expatriação pode ser uma fase de amadurecimento para relação se ambos estiverem dispostos a ceder e flexibilizar alguns pontos da relação e daquilo que é importante para eles.
É importante colocar a questão de forma clara e respeitando o espaço do outro e o tempo de aceitação. Claro que alguns pontos precisam ser discutidos:
- Fazer uma avaliação financeira sobre as vantagens e desvantagens;
- Pensar em como fazer envolver a família no processo de forma positiva;
- Avaliar as condições profissionais do cônjuge que vai interromper a sua profissão, mesmo que temporariamente.
- Negociar com a empresa maneiras de facilitar a transferência para o outro país.
- Avaliar se a empresa possui programas de apoio a adaptação do profissional e da família.
Quando escolhemos sair do nosso país, optamos por deixar a nossa cultura, hábitos e sistema familiar e afetos em busca de uma vida melhor. Porém, neste processo de expatriação, além das etapas de legalização e transferências existe uma carga emocional envolvida e não pode ser deixada de lado.
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Como se preparar emocionalmente para um processo de expatriação?
Os aspectos da vida pessoal precisam estar bem alinhados, deixar muitas coisas para atrás e construir uma nova vida precisa de recursos emocionais de psicológicos para sustentar uma mudança como essa.
Ter mais confiança e segurança para se sentir capaz de resolver questões que podem surgir durante o processo. É essencial que se estabeleça uma boa comunicação entre todos os membros da família.
Depois de uma avaliação sobre planejamento e dinheiro é importante que o casal se questione:
- Nós estamos preparados para uma mudança como essa?
- O nosso relacionamento está numa boa fase para fazer essa mudança?
- O que podemos fazer juntos para nos fortalecer para que essa experiência seja boa para nós dois?
Boa parte do sucesso nos processos de expatriação vem do nível de preparo emocional e adaptabilidade do profissional expatriado e dos membros da sua família. Podemos destacar algumas fases mais delicadas desse ciclo de expatriação.
A primeira fase é do encantamento com o novo país, tudo é novidade e a organização com o novo lar, a nova rotina toma muito tempo no começo. Os poucos o expatriado começa a viver a rotina do trabalho, se envolve com as pressões da empresa e a vida parece que está seguindo o fluxo da normalidade.
Em contrapartida, o outro conjugue pode se sentir meio deslocado com a sensação de que falta algo que faça sentido para ele. Essa fase acaba por provocar uma crise de identidade, podem se sentir frustrados e perder a confiança do seu potencial.
Qual a melhor forma de gerir os desafios psicológicos no processo de expatriação?
Como acontece com qualquer mudança, no processo de expatriação podem surgir alguns sintomas de ansiedade, dificuldades de se adaptar ao clima, dificuldade de socialização no novo país, entre outros.
Vale ressaltar que o esgotamento emocional pode acontecer em qualquer etapa desse processo, por isso é importante estarem atentos a sintomas que podem indicar quadros de ansiedade e depressão para serem assistidos e orientados por um especialista no assunto.
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Autoconhecimento é fundamental para o sucesso da expatriação
Não se pode negar que ter uma oportunidade de internacionalizar da carreira é um objetivo de ascensão profissional para muitas pessoas, representa uma trajetória de sucesso profissional. Mas sem bases emocionais que sustentem internamente este desafio o processo é dolorido.
As vezes uma mudança como essa é uma oportunidade de se autoconhecer e refletir sobre mitos aspectos, inclusive se reinventar em um outro país. Mesmo tendo um parceiro que num primeiro momento seja o responsável por prover a renda familiar, isso não diminui a importância e a colaboração que cada um teve no processo para que ele se tornasse viável.
Num processo de expatriação onde o casal segue carreiras diferentes, o trabalho em equipe é fundamental. Essa pode ser uma chance de explorar novos talentos e ampliar conhecimentos que podem transformar a carreira dos dois.
Se abrir para novas experiências, aproveitar a tecnologia, fortalecer a autoestima e o autoconhecimento profissional podem direcionar novas possibilidades de carreira em qualquer lugar do mundo.
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Orientações finais para casais em processo de expatriação
Diante de uma proposta de expatriação, a melhor orientação é busquem fazer o melhor para o relacionamento e negociem com a empresa formas de facilitar esse processo. Não existe uma única maneira de passar por uma mudança como essa, cada casal e família vai precisar encontrar o seu ponto de equilíbrio.
Encontrar um consenso onde um vai colaborar com o crescimento de carreira do parceiro e não ficar de lado ao contrário, ter um papel definido, num projeto que pode beneficiar todo o estilo de vida da família.
Se comprometam como casal em fazer o possível para que essa a expatriação seja bem-sucedida para os dois, que com certeza irão colher algo muito valioso para a relação após uma experiência como essa.
Aprender a fazer escolhas cuidadas e se comprometam em fazer o melhor com as ferramentas que tem e com os recursos internos e psicológicos que cada um possui.
Por isso peça ajuda quando sentir necessidade, procure ajuda de um psicólogo ou especialista quando a tristeza demorar a ir embora ou quando sentir que a sua performance está sendo prejudicada. A expatriação abre os horizontes de muitos profissionais e talvez você só precise de uma orientação adequada.
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