Morar fora exige de nós um relacionamento forte com quem somos e é por isso que precisamos nos darmos conta de quem nos tornamos. Antes de se comprometer com os outros, faça uma aliança com você mesmo.
A primeira semana do ano já começou e muitos brasileiros ao redor do mundo estão ansiosos quanto aos novos objetivos e metas a serem traçadas para esse novo tempo. Então gostaria que você fosse com muita calma e que antes de se comprometer com os outros, que você pudesse fazer uma aliança com você mesmo. Esse exercício será poderoso e certamente irá lhe auxiliar a viver uma nova temporada, com mais autenticidade e acima de tudo, de forma mais integrada à pessoa que você se tornou.
Antes de se comprometer com os outros, faça uma aliança com você mesmo
Se olharmos direitinho vamos perceber que a cada novo ano sempre encaramos uma realidade que compromete tudo aquilo que pensamos e imaginamos para as nossas vidas. Realidade essa que pode gerar uma grande frustração em nós, pois acabamos não conseguindo concluir tarefas simples que escolhemos realizar ao longo dos anos.
Então antes de seguir a tendência dos influenciadores de produtividade e alto desempenho, lhe convido a respirar fundo, se acomodar em sua cadeira e irmos até o fim deste texto, pois separei algumas orientações importantes para que seu 2024 possa ser acessível a sua realidade.
Quando eu trago a palavra acessível, eu quero dizer que precisamos encarar o ano de acordo com os recursos que temos disponíveis, sejam eles financeiros, emocionais, físicos, cognitivos, espirituais e sociais. Por vezes desejamos tanto uma vida diferente, que acabamos nos distanciando da realidade e assim nos aproximamos cada vez mais de experiências frustrantes e desanimadoras.
Se você pensa em morar fora ou já está morando, o recado será o mesmo, não se comprometa com ninguém antes de você estar comprometido com você.
O último ano foi um verdadeiro desafio para os brasileiros que decidiram morar fora, a instabilidade das nações nos trouxe muitos comprometimentos emocionais e para alguns, uma paralisação substancial. Em minha jornada enquanto Psicólogo que lida com imigrantes, ouvi muitos relatos do quanto as pessoas estavam se sentindo desanimadas, sem energia, com humor deprimido e desesperançosas por dias melhores.
Então como ainda não temos garantias de como será essa próxima temporada, que possamos nos conectar aquilo que é possível, no aqui e no agora, ou seja, o relacionamento com a gente mesmo.
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Precisaremos desagradar aos outros
Isso mesmo, morar fora nos ensina que em muitos momentos nós vamos desagradar aos outros. Não importa o quanto você se esforce, não atenderemos as necessidades daqueles que estão à nossa volta e se você sente que essa é uma das suas missões nesta vida, então lhe sugiro apertar o botão e abortar esse plano.
Um novo ano nos convida a abandonarmos alguns padrões e vivermos uma vida mais livre, sem amarras, sem autopreconceito, com mais auto perdão, acolhimento e acima de tudo, com mais amor próprio.
Liberte-se da obrigação de ter que agradar as pessoas
Viver no exterior é uma escolha difícil e exige muito de nós, afinal de contas, muitos de nós precisará lidar com a saudade a todo momento. Outros não terão nenhuma rede de apoio e grande parte dos brasileiros não se sentirá pertencente em nenhum lugar longe da sua terra.
Realidade essa que nos revela que desagradar aos outros será necessário para que possamos estar inteiros, ou seja, integrados a quem estamos nos tornando nesta existência.
Quantas vezes você escolheu se desagradar para que todos a sua volta se sentissem agradados? Lembra qual foi a vez que você optou por não vivenciar suas escolhas, para respeitar as escolhas dos outros?
Se recorda das vezes que silenciou para que as pessoas que estavam próximas a você não se sentissem desconcertadas ou incomodadas? E quem nunca deixou de ser quem é em busca da sensação de pertencer e ser aceito ao morar fora, não é?
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2024 pede uma nova aliança com você mesmo
Antes de estabelecer novos objetivos e metas, com o mundo ao seu redor, lhe convido a fazer isso por você mesmo:
- Quanto tempo de qualidade você terá para pensar em sua vida?
- O que você não deixará de realizar por você mesmo de hoje por diante?
- O que você não permitirá que aconteça na sua vida?
- O novo estilo de vida será mais integrado à pessoa que você é?
- Suas companhias serão mantidas por serem importantes para você?
- Seus relacionamentos serão ajustados a quem você é de verdade?
- Morar fora continuará sendo uma escolha que te torna ainda melhor?
- Quais são as novas escolhas que fará especialmente porque elas fazem bem ao seu coração e mente?
- Por fim, o que você vai deixar para que você não se desintegre em virtude de que os outros permaneçam inteiros?
Morar fora é um convite ao fortalecimento de uma aliança com você, com nós mesmos, com os nossos valores, com os nossos costumes, com as nossas crenças, com os nossos sonhos e com o nosso propósito.
Essa relação não pode ser enfraquecida ou quebrada, por falta de atenção ou manutenção, ou seja, precisamos olhar para nós e estarmos atentos ao que precisamos para ficarmos bem. O constante desequilíbrio emocional não é natural e revela que precisamos de ajuda para encontrarmos uma forma de funcionar no exterior.
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Não abandone você
Conheço algumas pessoas que acreditam ser natural viver com as emoções à flor da pele. Não se sentirem seguras na hora de tomar decisões, que dependem da validação externa para encontrar valor e que são reféns emocionais de terceiros. Essa é uma realidade comum, mas não natural.
Aqueles que decidiram morar fora podem estar mais expostos a essa realidade. E é por isso que precisamos fortalecer a aliança com a gente mesmo, para nos fortalecermos a tudo aquilo que nos exige ser quem não somos.
Portanto, que daqui pra frente você possa aprender a fazer novas escolhas. Que você consiga priorizar suas necessidades, que não se abandone em hipótese alguma e que todos os dias você possa se orgulhar da pessoa que está se tornando. A nossa vida é muito curta para não nos tratarmos bem!
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