
Os preços das casas em Lisboa atingiram máximo histórico em novembro e a capital já é mais cara do que Milão, Madri e Berlim. Saiba mais!
Os preços das casas em Lisboa aumentaram impressionantes 30% nos últimos cinco anos. Além disso, a capital portuguesa registra um aumento de 5,8% somente no mês de novembro de 2023. Dessa maneira, o valor do metro quadrado alcança um recorde de € 5.426 euros, o segundo maior aumento na Europa, ficando atrás somente de Atenas. Confira tudo sobre a notícia sobre o aumento do custo de vida em Portugal.
Preços das casas em Lisboa
Os preços das casas em Lisboa aumentou 5,8% somente no mês de novembro de 2023. Desse modo, a capital portuguesa bate um novo recorde de € 5.426 euros por metro quadrado, segundo dados do portal Idealista. Por isso, este é o segundo maior aumento na Europa, depois de Atenas, o mercado imobiliário mais aquecido entre as principais cidades europeias e que é monitorado pela Bloomberg.
Contudo, houve um aumento de quase 30% nos últimos cinco anos em Lisboa. Por isso, os imóveis residenciais na capital de Portugal estão mais caros do que Milão, Madri e Berlim. Dessa maneira, segundo o portal de notícias Bloomberg, isto coloca o sonho de adquirir uma nova residência fora do alcance da maioria dos habitantes de Lisboa e mostra como a oferta muitas vezes supera as taxas de juros na fixação dos preços.
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Mudanças para tentar travar o valor dos imóveis em Lisboa
Entretanto, na tentativa de travar o aumento nos preços, o governo de Portugal começou a mudar de rumo. Por isso, trabalha para encerrar o programa de Vistos Gold do país europeu e aprova um plano para reduzir os incentivos fiscais para novos residentes. Contudo, por ter um clima ensolarado em relação à outras capitais da Europa e os preços cerca de metade dos praticados em Paris e Zurique, os esforços para controlar a procura de imóveis em Lisboa estão a ter pouco impacto.
Sendo assim, Paulo Silva, que é responsável pela consultora imobiliária Savills em Portugal, diz que, “Apesar destas mudanças, temos assistido a um aumento no número de pedidos de informação dos nossos clientes estrangeiros. Simplesmente não há casas suficientes para atender à demanda, mesmo com a desaceleração das vendas”.
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Crise na Europa à vista: imóveis ainda “escapam”
Embora o fim da era do dinheiro barato tenha atingido o poder de compra em toda a Europa, a falta de oferta está tendo um grande impacto nos preços em muitas cidades. Entretanto, seis dos dez mercados monitorados pelo Bloomberg City Tracker ainda estão em alta. Por exemplo, Atenas registra ganhos anuais próximos dos 12%, Estocolmo está subindo mais de 5% – registrando seis meses consecutivos de crescimento.
Além disso, os preços em Madri e Milão continuam subindo de forma constante a um ritmo superior a 3%. Já Paris, capital da França, teve o desempenho mais fraco, registrando uma queda superior a 6%. Desse modo, para captar as últimas tendências do mercado imobiliário nas cidades europeias, a Bloomberg compila números de uma série de fornecedores. Alguns pedem taxas e níveis indicativos, enquanto outros são números oficiais sobre transações.
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Portugal na rota dos ricos: Lisboa no topo de interesse
Em outros tempos, a capital portuguesa estava repleta de edifícios antigos. Contudo, Lisboa se tornou um ponto quente para investimento depois de completar um resgate financeiro internacional em 2014. Na época, o governo tinha eliminado os controles de aluguéis e colocado em prática a modalidade de Visto Gold – um caminho para a residência em troca de investimentos imobiliários de € 500.000 euros, junto com incentivos fiscais para atrair novos residentes.
Logo depois disso, milhares de compradores estrangeiros passam a visitar Lisboa em busca de pechinchas enquanto o país ainda se recupera da crise financeira. Por isso, muitos milionários e bilionários passam a comprar terrenos e imóveis, fundar empresas do ramo imobiliário e valorizar o setor no país.
Anos depois, em 2022, o número de casas disponíveis em Portugal atinge o nível mais baixo em 15 anos, segundo a Confidencial Imobiliario, que recolhe dados do mercado imobiliário. Entretanto, o preço médio de uma casa nova em Lisboa ultrapassou Dublin e Bruxelas, de acordo com o Índice de Propriedade 2022 da Deloitte. Dessa maneira, para muitas famílias portuguesas, cujos salários estão entre os mais baixos da Europa Ocidental, o sonho de comprar uma casa é substituído por aluguéis caros no subúrbio.
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Preços das casas em Lisboa: há uma tendência de queda nos valores?
Os preços das casas em Lisboa estão nas alturas. Por isso, embora a procura possa ser estimulada com incentivos, apoiar a oferta exige tempo e dinheiro, e obter um equilíbrio errado corre o risco de ciclos de expansão e recessão. Sendo assim, são crescentes as preocupações de que o atual aumento dos preços possa mudar em breve.
Além disso, o Banco Central de Portugal disse, ainda em novembro de 2023, que os credores teriam de criar reservas de capital adicionais para cobrir possíveis perdas relacionadas com a habitação. Contudo, tal mudança ocorre depois que as vendas residenciais em Portugal caíram 22% nos primeiros seis meses de 2023, de acordo com a imobiliária provedora de serviços Jones Lang LaSalle.
Desse modo, com o sonho de comprar uma casa própria cada vez mais distante e com os aluguéis aumentando, mais pessoas vivem em condições precárias no país europeu. E as notícias continuam não sendo boas.
Por exemplo, na Quinta dos Ingleses — uma pequena área florestal nos arredores de Lisboa — foram montadas cerca de 40 barracas e, “Todos os dias aparecem pessoas novas”, disse Filipe Silva, que coordena um programa para pessoas sem-abrigo num centro comunitário na freguesia (bairro) de Carcavelos, perto de Lisboa. “São principalmente pessoas que trabalham, mas não têm condições de pagar pela moradia.”
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